Quando as ações estão em queda na bolsa, é comum que os investidores fiquem preocupados. Isso acontece principalmente com quem tem bastante capital investido nos papéis. Afinal, ver o patrimônio perder valor traz diversas inseguranças.

Por isso, entender o que são esses movimentos de queda, os motivos para as oscilações e como elas afetam outros cenários é fundamental. Assim, você poderá montar uma estratégia que protege a carteira e até aproveita oportunidades na baixa da bolsa.

Quer saber mais sobre as ações em queda, análises de ações e como agir nesses cenários? Nós, da Genial, preparamos este conteúdo especial sobre o assunto. Confira!

Como está o mercado de ações atualmente?

Antes de entender sobre o mercado de ações e seus movimentos, vale a pena ter uma visão mais ampla da situação econômica. Isso porque o cenário macroeconômico é um importante fator na vida de todos os investidores, além de influenciar os preços de ações.

Nesse sentido, o primeiro semestre do ano de 2022 foi um momento bastante conturbado em questões econômicas. Há pouco mais de uma década — em 2008 — o mercado financeiro passou por uma crise de grande escala, ocasionada pela bolha imobiliária americana.

Já em 2020 e 2021, uma pandemia de escala global afetou bilhões de pessoas, trazendo grandes reflexos em muitas áreas, inclusive a econômica. Dessa forma, o ano de 2022 se caracterizou como uma retomada da economia, mas ainda com sequelas de fatos importantes.

Confira os principais índices do período!

Inflação

A inflação representa o aumento generalizado de preços e vem em uma crescente global. Afinal, o mundo passa por uma alta desse indicador, e o Brasil foi bastante afetado pelo movimento.

Aqui, vale destacar que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é o índice oficial de inflação em nosso país. Em julho de 2022, o IPCA acumulado de 12 meses era de 10,07% segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse foi um dos resultados mais altos desde a entrada do Plano Real em vigor em 1994.

A inflação costuma ser resultado de um desbalanceamento entre a oferta e demanda de bens e serviços para consumo no país. Quando a demanda é maior que a oferta, os preços tendem a subir.

Isso traz consequências importantes para a população, principalmente para as pessoas com menos renda. Afinal, o custo de vida se torna mais alto — e nem sempre os ganhos acompanham esse movimento. 

Taxa de juros

A taxa básica de juros dos países costuma ser determinada pelo seu órgão oficial. No Brasil, por exemplo, o responsável é o Banco Central, enquanto nos Estados Unidos o Fed (Federal Reserve Bank) faz essa definição.

Como os bancos utilizam a taxa básica de juros como uma base para a concessão de crédito, ela serve como balizador da inflação. Portanto, essas taxas têm relevância em toda a economia. 

Quando o custo do crédito é maior — ou seja, a taxa básica de juros está mais alta — há menos dinheiro em circulação. Nesse contexto, as empresas e pessoas físicas ficam menos propensas a adquirir crédito com as instituições.

Por isso, é comum que os órgãos oficiais aumentem a taxa de juros quando a inflação está alta. Logo, em 2022 foi possível perceber um aumento considerável da taxa de juros em diversos países, buscando conter a inflação.

Os Estados Unidos, por exemplo, aumentaram consecutivamente sua taxa de juros, caracterizando a maior alta desde 1994. Já no Brasil a taxa Selic — a taxa básica de juros no país — também foi elevada.

Crescimento do PIB

PIB é o Produto Interno Bruto de um país — a soma de todos os produtos e serviços finais produzidos em um ano. Ele é uma forma de demonstrar a riqueza da nação, e o seu crescimento é esperado ano a ano.

Quando o PIB cresce, há um indicativo de que a economia está mais aquecida, mais bens e serviços foram produzidos e há mais dinheiro circulando. Em 2022 o PIB Brasileiro voltou a crescer, após quedas consideráveis em 2020.

Contudo, o mercado ainda ficou receoso em relação ao crescimento econômico. Com as consequências da pandemia e da guerra entre Rússia e Ucrânia, a recessão econômica virou uma preocupação.

Quais os motivos por trás desse cenário?

Você viu, em termos gerais, como ficou o cenário econômico no primeiro semestre de 2022 e quais são as possíveis consequências para os cidadãos. Para entender melhor essa situação, vale a pena conhecer os motivos que desencadearam as reações na economia.

O primeiro deles foi a pandemia de covid-19. Durante os anos de 2020 e 2021, grande parte da população foi acometida por essa doença. Para conter a transmissão, muitos países adotaram regras de isolamento social, como o lockdown.

Essas situações são extremamente relevantes para a economia, já que diversos serviços dependem do público e da movimentação de pessoas. Logo, houve um desequilíbrio entre oferta e demanda e a produção de bens e a contratação de serviços foi afetada

Além disso, outra situação que vale a pena mencionar é a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Ela trouxe efeitos geopolíticos e econômicos para as maiores potências mundiais.

Um dos elementos que explica isso é o fato de a Rússia ser um grande exportador de diversas commodities importantes, como gás natural e petróleo. Desse modo, houve uma diminuição desse comércio, afetando o abastecimento do mercado e os preços.

Ademais, diversos países relevantes — como os Estados Unidos e o Reino Unido — promoveram sanções comerciais à Rússia. Isso teve um impacto econômico substancial, aumentando a cotação do dólar e influenciando preços de diversos ativos.

Por que as ações estão caindo na bolsa?

Após essas considerações sobre o cenário econômico mundial, você deve estar se perguntando por que as ações estão caindo na bolsa, não é mesmo? Antes de entender os motivos, vale a pena realizar considerações sobre o preço desses ativos. 

Quando se diz que “as ações estão caindo” significa que índices relacionados aos papéis apresentam movimentos de baixa. Ou seja, não é que todas as ações estejam com o preço em queda. Mas, em média, o mercado de ações — principalmente as mais negociadas — encontra-se em baixa.

Como exemplo, podemos citar o Ibovespa. Esse índice que acompanha as principais ações na bolsa brasileira caiu cerca de 11% em um ano.

Já o S&P 500, índice de ações das bolsas americanas, teve uma queda de 7% também nos últimos 12 meses, considerando dados de agosto de 2022.

Vale considerar, ainda, os dados do VT. Esse é um exchange traded fund (ETF) negociado na bolsa de Nova Iorque que segue um índice de ações global. Contendo papéis de empresas de diversos países, o fundo teve uma queda de 13% no último ano.

O principal motivo para esses movimentos é a fuga dos riscos. Em momentos de instabilidade econômica e falta de previsões sobre resultados de empresas, o mercado tende a priorizar investimentos mais seguros.

Como a inflação geral teve um movimento de alta e as taxas de juros também subiram, os títulos de renda fixa se tornaram mais atrativos. Então muitos investidores deixaram de negociar ações para investir nessas alternativas.

Isso faz com que a demanda por ações caia, trazendo um movimento de baixa nos preços. Esse é um efeito que se observa na renda variável em geral, tendo em vista que ela traz mais riscos aos investidores.

Como agir diante da queda das ações na bolsa?

O que fazer nesses momentos em que se percebe uma queda de preços das ações na bolsa? Existem algumas técnicas e estratégias que visam minimizar os danos causados por situações como essas. 

Confira a seguir o que você precisa considerar:

Focar no longo prazo

Uma das formas de agir perante uma queda em ações da bolsa é adotar uma estratégia que foca em investimentos de longo prazo. Essa é uma maneira inteligente de evitar que os movimentos de baixa afetem os resultados de seus investimentos.

Isso porque as oscilações geradas por momentos econômicos são momentâneas. Logo, elas afetam mais o curto e médio prazo, mas têm menos impactos em períodos maiores. Lembre-se de que já ocorreram outras situações como essas no passado, e o mercado se recuperou e voltou a crescer.

Assim, os efeitos foram sentidos nos papéis por determinado período, mas foram revertidos com o passar dos anos, mantendo uma tendência de valorização. Novamente, isso não diz respeito a ações específicas, mas em relação ao mercado em geral.

Portanto, se você adota uma estratégia que considera o longo prazo, as crises econômicas, momentos políticos e outras situações não terão grande impacto. Ao ter esse foco, realizar uma análise fundamentalista e ter uma estratégia sólida, é possível se proteger.

Evitar cair em vieses comportamentais

Você conhece os vieses comportamentais relacionados aos investimentos? Eles são comportamentos e emoções dos investidores que influenciam a tomada de decisão, dificultando uma escolha de ação mais lógica e racional.

Apesar de os investimentos também envolverem emoções dos investidores, as decisões devem ser baseadas em análises, dados, expectativas embasadas e pesquisas. Afinal, quando um viés comportamental afeta a decisão, pode haver prejuízos no investimento.

Dessa maneira, evitar cair em vieses é essencial em momento de quedas de ações. Do contrário, ao ver o patrimônio investindo perdendo valor, você pode ficar ansioso, tomar decisões precipitadas e agir sem um bom embasamento financeiro.

Um viés comportamental comum em tempos de oscilações e quedas é a aversão à perda. Com medo de ampliar os prejuízos após uma queda na cotação dos ativos, o investidor pode decidir vender suas ações e realizar o prejuízo, não considerando o potencial de recuperação da bolsa.

Manter a sua estratégia

Quando você começou a investir em ações, montou uma estratégia para direcionar os seus aportes e análises, não é? Uma boa estratégia considera o seu perfil de investidor e os seus objetivos financeiros para ser mais efetiva.

Assim, quando você percebe que as ações estão em queda na bolsa, não é preciso fazer grandes mudanças na sua estratégia. Tomar decisões precipitadas ou mudar o foco nesse momento pode não ser uma boa ideia.

Como você já viu, esses movimentos costumam ter uma duração curta ou média. Com o tempo, os preços tendem a normalizar conforme os fundamentos da empresa. Então, se a sua estratégia considera a análise fundamentalista e o tempo médio de aporte, é importante mantê-la.

Como fazer seus investimentos nesse momento?

Você também pode se interessar em investir em ações durante a baixa da bolsa. Há oportunidades nesse contexto, já que os papéis estão com preços menores e podem passar por valorização no futuro.

Contudo, lembre-se: toda decisão de investimento precisa considerar seu perfil de investidor e seus objetivos financeiros. Desconsiderar essas características e finalidades, ainda que momentaneamente, pode acarretar consequências indesejáveis.

Por exemplo, assumir mais riscos do que a sua tolerância ou desviar o foco trará ansiedade e desconfiança. Com isso, você pode tomar decisões precipitadas, ficar frustrado com os resultados e, até mesmo, prejudicar o patrimônio.

Considerando essas questões, se você busca investir em momentos de baixa, confira a seguir como realizar os aportes nessas situações!

Considere uma análise de valuation

A análise de valuation pode complementar a sua estratégia de longo prazo em momentos de queda no preço das ações. Isso porque ela visa quantificar o valor de uma empresa cujas ações são negociadas na bolsa de valores.

Para isso, utilizam-se indicadores do negócio, tanto de caráter qualitativo quanto quantitativo. A ideia é entender quanto uma empresa vale, considerando suas operações, gestão, patrimônio e capacidade de crescimento.

Assim, a finalidade do valuation é encontrar ações descontadas. Ou seja, ativos que estão com um preço menor do que realmente valem. Nesse contexto, em momentos de crises e quedas de cotação, podem aparecer mais oportunidades para a sua carteira.

Investindo em uma ação a partir do valuation, o investidor espera que o preço da ação e o valor da empresa se alinhem com o tempo. Essa é uma tendência observada no mercado. Porém, lembre-se de que não há garantias de resultados, combinado?

Conheça a especulação

Pessoas com perfil mais arrojado podem se interessar pela especulação. Essa estratégia não é uma forma de investimento, mas sim de ganhos a curto prazo — e pode se beneficiar de momentos de queda na bolsa.

O objetivo aqui é avaliar o preço de ações utilizando gráficos de cotações e volume de negociações. É a chamada análise técnica. Com isso, há chances de detectar padrões de comportamento de preços, podendo indicar expectativas de oscilações.

Ademais, existem diversas formas de especular. Portanto, é fundamental aprender sobre análise técnica e, principalmente, considerar os altos riscos dessa estratégia. Tenha em mente que as avaliações podem não se consolidar, então você pode ter perdas financeiras. 

Agora você já sabe como agir em cenários de ações em queda na bolsa, o que ocasiona esse movimento e os impactos desse movimento. Então não esqueça de manter sua estratégia de investimentos e buscar oportunidades conforme seu perfil e objetivos!

Para investir em ações, você precisa contar com uma boa corretora de valores. Então vem ser Genial!

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