Um dos ativos financeiros mais negociados na B3 (a bolsa de valores brasileira) são as ações de empresas que decidiram abrir seu capital no mercado. Trata-se de um investimento de renda variável bastante versátil, especialmente por ser capaz de atender a diferentes necessidades.
Porém, dificilmente você conseguirá ter bons resultados investindo sem avaliar os papéis. Na realidade, para fazer as melhores escolhas, é pertinente realizar uma análise de ações. Essa prática visa avaliar informações diversas para ajudar nas suas decisões no mercado.
Qual é a importância de analisar ações?
O fato é que independentemente de você optar por investir ou especular, será essencial fazer a análise de ações.
Esse é o procedimento que permite a escolha dos ativos mais apropriados para o seu perfil de risco e que possam satisfazer os seus objetivos financeiros. Por exemplo, de nada adiantará investir em uma ação que não tem potencial de pagar dividendos frequentes se você tem o foco em receber renda passiva.
O mesmo acontece em relação à escolha de um papel com pouca volatilidade para o objetivo de especulação. Lembre-se de que se não houver uma rápida variação de preços no ativo, dificilmente o especulador conseguirá abrir e fechar ordens a ponto de ter lucro no curto prazo.
Consequentemente, sem fazer uma análise de ações, você não terá informações sobre o potencial de cada papel dentro de uma estratégia. Você também terá maiores chances de ter prejuízos e frustrações com os seus investimentos.
Ademais, a análise de ações ajuda a lidar melhor com os riscos da renda variável. Diferentemente da renda fixa, na qual os investimentos são mais seguros e previsíveis, não é possível prever quais serão os ganhos obtidos em uma alternativa de renda variável.
Na verdade, a depender das movimentações do mercado, da posição assumida e das estratégias utilizadas, você poderá se ver diante de perdas financeiras inesperadas. Portanto, a realização de uma análise de ações é fundamental para aumentar a sua segurança e evitar grandes prejuízos.
Quais são as principais formas de analisar ações no mercado?
Depois de entender o que é análise de ações e qual a sua importância, é preciso saber como ela funciona. Aqui, o primeiro ponto que deve ser compreendido são os tipos existentes: ela pode ser fundamentalista ou técnica. Cada uma se enquadra melhor em um objetivo.
Confira mais sobre elas!
Análise fundamentalista
A análise fundamentalista é uma metodologia voltada a entender o potencial de uma empresa no futuro. Ela costuma ser usada pelo investidor com o foco no recebimento de dividendos ou que investe pensando nos lucros de longo prazo.
Destaca-se que para o investidor, as oscilações de curto prazo importam menos do que a tendência para o período mais longo. Dessa maneira, são analisados os fundamentos da companhia para entender se ela é sólida e tem boas perspectivas de crescimento.
Diante disso, é realizada uma avaliação mais aprofundada a respeito dos critérios desejados pelo investidor. Entre eles, estão os indicadores acerca da situação financeira do negócio, a qualidade da gestão, o histórico de pagamento de dividendos, entre outros.
Quanto melhores forem os dados financeiros apresentados pela empresa, maiores serão as chances de ela crescer e pagar dividendos. No entanto, o fato de uma organização ter realizado lucros em um período anterior não é garantia de que eles serão mantidos nas próximas ocasiões.
O mesmo vale para o pagamento de dividendos, de modo que as distribuições realizadas no passado não garantem recebimentos futuros. Assim, será papel do interessado verificar periodicamente os fundamentos de uma empresa com o uso da análise fundamentalista.
Análise técnica
Por sua vez, a análise técnica é uma estratégia de leitura realizada por meio de gráficos e indicadores técnicos. O seu intuito é observar as reações do mercado diante de situações envolvendo a empresa e a economia.
Vale dizer que para quem especula, a qualidade da empresa não importa, pois ele ficará pouco tempo com a posse dos papéis. Por conta disso, a análise técnica é bastante utilizada por especuladores (ou traders).
Cada nova figura plotada no gráfico mostra o histórico do comportamento do preço de um ativo ou derivativo. Com base nelas, é possível identificar tendências, padrões gráficos, pontos de entrada e saída etc.
Ainda que não se possa prever todos os cenários, o trader tem acesso a informações importantes para fundamentar as suas decisões. De todo o modo, semelhante ao que acontece na análise fundamentalista, o uso da análise técnica não garante a realização de resultados positivos.
Na verdade, mesmo ao utilizar a análise técnica para identificar padrões, o mercado é conhecido por ser soberano. Ou seja, nem sempre ele se movimentará conforme o padrão gráfico identificado, podendo inclusive seguir um movimento contrário ao que foi projetado.
Como fazer a análise fundamentalista e quais seus principais indicadores?
Conhecendo agora as duas principais formas de análise de ações e sabendo qual é a finalidade de cada uma, é pertinente conferir como fazer a análise fundamentalista e quais seus principais indicadores.
Como você verificou, a análise de fundamentos busca identificar o potencial da empresa para o futuro, fazendo sentido para quem visa investir em suas ações. Dessa forma, o investidor deve buscar informações que permitam traçar o cenário da companhia a longo prazo.
Um dos pontos essenciais para conseguir aplicar essa análise é entender quais itens observar. Inicialmente, vale buscar os dados e documentos oficiais e relevantes da companhia. Algumas questões que merecem destaque são:
- balanço patrimonial: uma das principais demonstrações financeiras de uma companhia. A sua divulgação pode ser trimestral, semestral e anual;
- nível de governança corporativa: envolve critérios como qualidade da gestão e transparência, fundamentais para o sucesso da empresa;
- demonstrativo de resultado do exercício (DRE): detalha os resultados nos últimos 12 meses do negócio, indicando a realização de lucro ou prejuízo no período;
- fluxo de caixa: detalha o fluxo de caixa da companhia, com as saídas e entradas. Esse é um bom indicador da saúde financeira da empresa;
- perspectivas para o futuro: diz respeito à análise em busca dos planos da empresa sobre produtos, serviços, expansão, entre outros fatores relevantes para o mercado.
Além dos fatores citados, é preciso analisar os chamados indicadores fundamentalistas. Eles não devem ser avaliados individualmente, mas em conjunto com diversos critérios. Com essa prática, você conseguirá ter uma visão ampla para tomar decisões mais confiáveis.
Existem diversos indicadores e múltiplos fundamentalistas que você pode utilizar. Porém, vale conferir alguns dos mais usados para facilitar a compreensão sobre o assunto.
Acompanhe!
Preço/valor patrimonial (P/VPA)
O P/VPA traz a relação entre o preço da ação (P) e o valor patrimonial da empresa por ativo emitido (VPA). Ele permite avaliar se a cotação do papel está alta, baixa ou em um patamar justo.
Ao fazer o cálculo, um resultado superior a 1 indica que a cotação dos papéis supera o valor patrimonial. Ou seja, nesse cenário, é possível concluir que o preço do ativo está alto (caro). Já um total inferior a 1 mostra que o preço está baixo (barato).
Na hipótese de o resultado ser igual a 1, isso significa que a cotação do papel é compatível com o valor patrimonial da empresa (preço justo). Contudo, a avaliação deve observar outros critérios, pois cada setor conta com características próprias relativas à influência do patrimônio nos resultados.
Preço/lucro (P/L)
Outro indicador bastante utilizado na análise fundamentalista é o P/L. Ele trata da relação entre o preço dos papéis e o lucro que eles geram para o acionista. O objetivo é demonstrar ao investidor em quanto tempo ele conseguirá ter o retorno do investimento feito no ativo.
Para fazer o cálculo, é preciso dividir o lucro líquido da empresa por ação pelo preço do papel. Quanto maior for o indicador, mais atrativa costuma ser a ação. Entretanto, resultados baixos podem identificar oportunidades de investir.
No entanto, semelhante ao indicador P/VPA, a análise não deve ser feita de maneira isolada. Dessa forma, é necessário avaliar outros critérios e adicionar outros indicadores na análise para a tomada de decisão.
Return on equity (ROE)
Em adaptação para o português, a expressão “return on equity” significa “retorno sobre o patrimônio líquido”. Esse é um indicador que revela o quanto uma empresa consegue gerar em forma de lucro em cima de seu próprio patrimônio.
O cálculo é feito por meio da seguinte fórmula:
ROE = Lucro líquido / Patrimônio líquido
Então o ROE demonstra o quanto a companhia pode gerar de resultado sem utilizar recursos externos. Um valor elevado costuma indicar que ela tem uma boa capacidade de se manter lucrativa sem precisar de empréstimos ou dinheiro de terceiros.
EV/Ebitda
Esse indicador traz a relação entre dois fundamentos. O primeiro é o valor da empresa — enterprise value (EV). Já o segundo é o total dos lucros antes da dedução de juros, impostos, depreciação e amortização — earnings before interest, taxes, depreciation and amortization (Ebitda).
O resultado da fórmula traz a projeção de tempo para que o lucro operacional da empresa cubra o investimento. Nesse caso, quanto menor o resultado, maior costuma ser o potencial do ativo. Por outro lado, um valor alto pode demonstrar que a ação está supervalorizada.
O problema de investir em uma ação muito valorizada é que ela terá um espaço menor para crescimento. Ela também poderá passar por um período de correção e diminuir o patrimônio. Portanto, é válido fazer essas considerações antes de tomar a decisão de fazer o investimento.
Return on investment (ROI)
O chamado retorno sobre o investimento é um indicador que mostra a relação entre a quantidade de dinheiro obtido pela empresa como resultado de um investimento. Assim, ele considera todos os custos do processo e a receita atual gerada. A sua fórmula é:
ROI = (Receita obtida – Investimento) / Investimento
Com base nos resultados obtidos, é possível planejar objetivos, mensurar a performance de uma empresa na aplicação de seus recursos, avaliar os projetos que contribuíram para os seus resultados etc.
Contudo, é preciso ter atenção às limitações do retorno sobre o investimento. Por ser um indicador atemporal, um ROI de 5% pode ser considerado ruim para o resultado de um mês, mas excelente para um dia. Portanto, é válido avaliar outros fatores para decidir com maior precisão.
Dividend yield
O dividend yield já foi brevemente mencionado, mas esse é um indicador fundamentalista bastante relevante. Ele ajuda a identificar empresas que têm um bom potencial no pagamento de dividendos. Se esse for seu principal objetivo, vale a pena conhecê-lo.
O cálculo é feito dividindo o total dos dividendos pagos nos últimos 12 meses pelo preço do papel. O resultado traz uma visão mais clara sobre o potencial de retorno do investimento. Ele também é bem interessante para comparação entre empresas com características semelhantes.
Ao aplicar a análise de fundamentos, essa comparação deve ser feita entre companhias que atuam no mesmo setor. Com isso, você consegue visualizar fundamentos sobre o mesmo contexto e avaliar o desempenho de cada uma delas.
Como fazer a análise técnica e quais seus principais indicadores?
Se você deseja especular ações na bolsa de valores, precisará aprender como fazer a análise técnica. A primeira informação importante a seu respeito é que ela é embasada na movimentação dos preços dos papéis, como você já aprendeu.
Desse modo, os gráficos são representações visuais do histórico de cotações, mostrando movimentações passadas que são usadas para projetar as oscilações futuras. Isso porque a análise técnica se baseia na ideia de que as ações passam por mudanças cíclicas, conforme as tendências do mercado.
Então seria possível identificar os momentos de baixa para fazer a compra e conseguir vender na alta, por exemplo. Na análise técnica, considera-se que os acontecimentos importantes do mercado se refletem nos preços — conforme a Teoria de Dow.
Nesse sentido, notícias negativas sobre um setor podem causar baixas nos preços das companhias que atuam nele, enquanto as positivas podem puxar uma alta. A partir dessas tendências e da identificação de padrões gráficos repetidos, você poderá tomar a decisão de comprar e vender.
No que diz respeito aos indicadores utilizados na análise técnica, você encontrará:
- Médias móveis: mostra a médias dos últimos candles por períodos;
- Bandas de Bollinger: indica a volatilidade por meio de duas bandas (superior e inferior) e uma média móvel;
- MACD: revela a diferença entre duas médias móveis (uma lenta e outra rápida), podendo ser usada para nortear decisões de entrada e saída;
- Estocástico: visa comparar o preço de fechamento de uma ação durante determinado período;
- Canais de Keltner: usado para identificar tendências dentro de um intervalo de tempo, bem como as suas reversões;
- Índice de força relativo (IFR): indica as zonas de sobrecompra e sobrevenda, quando as ações estão supervalorizadas ou subvalorizadas, respectivamente;
- Volume: apresenta o volume financeiro movimentado em cada período.
Qual tipo de análise devo fazer para escolher as melhores ações?
Chegando nesse ponto, você já aprendeu informações relevantes sobre ações e os dois principais tipos de análise usadas no mercado acionário. Apesar disso, talvez você queira saber qual é o tipo de avaliação que deve ser feita para fazer as melhores escolhas.
Certamente, não há uma única resposta para esse questionamento, considerando que a escolha de uma ação também depende da análise do perfil e dos objetivos de cada investidor. O perfil indica qual é o nível de abertura aos riscos de uma pessoa.
Já a definição de objetivos auxilia na seleção das alternativas que mais estão aptas a entregar os resultados esperados — embora eles não sejam garantidos. Além disso, ao traçar os seus objetivos, você verá se vale mais a pena utilizar a análise técnica ou fundamentalista no seu caso.
Para atingir metas financeiras de curto prazo, por exemplo, pode fazer mais sentido o uso da análise técnica. Já a escolha de ações para alcançar planos de longo prazo pode ser feita com a utilização da análise fundamentalista.
Além disso, você precisará verificar quais são os indicadores e múltiplos que trazem informações relevantes para as suas análises. Também é válido lembrar que nenhum parâmetro deve ser utilizado de maneira isolada, seja técnico ou fundamentalista, para não limitar a sua visão sobre o ativo.
Adicionalmente, é interessante ampliar o seu conhecimento, visando melhorar as suas análises. Como você já sabe, o mercado apresenta comportamentos cíclicos, o que significa que muitos movimentos se repetem ao longo dos anos.
Logo, aumentar os seus conhecimentos sobre o mercado facilita esse tipo de leitura. Consequentemente a medida auxilia na escolha dos ativos no momento de compor uma carteira de investimentos em ações.
O que é a bolsa de valores?
O primeiro passo para investir em ações envolve entender o que é a bolsa de valores. Ela é o ambiente em que pessoas físicas e jurídicas negociam valores mobiliários dos mais variados tipos.
No Brasil, a bolsa de valores é administrada por uma empresa privada chamada B3, sigla para Brasil, Bolsa e Balcão. A partir de 2009, com a extinção do pregão viva voz, todas as operações passaram a ser feitas pela internet nos chamados pregões eletrônicos.
Portanto, hoje, é possível acessar a bolsa de valores do conforto da sua casa, bastando ter um dispositivo conectado à internet e uma conta junto a uma corretora de valores. Cumprindo esses dois requisitos você poderá comprar e vender:
- ações;
- opções;
- fundos imobiliários (FIIs);
- fundos de investimento nas cadeias produtivas agroindustriais (Fiagros);
- fundos de índice (ETFs);
- brazilian depositary receipts (BDRs);
- contratos futuros;
- entre outros.
O que são ações?
Como você viu, as ações são alternativas de investimento de renda variável encontradas na bolsa de valores. Elas representam a menor fração negociável do capital social de uma empresa.
Para ter suas ações listadas no mercado, a companhia precisa realizar um procedimento conhecido como IPO (initial public offering, ou oferta pública inicial). Nessa oportunidade, o investidor tem a chance de comprar os papéis diretamente da organização, o que acontece no mercado primário.
Dessa forma, os recursos seguem para o caixa da empresa e poderão ser utilizados conforme as necessidades dela. Encerrado o IPO, as ações passam a ser negociadas no mercado secundário entre dois investidores.
Os recursos envolvidos em uma operação no mercado secundário ficam com o investidor que vendeu os papéis, não havendo participação da companhia. Caso a empresa queira emitir novos ativos, ela precisará fazer o follow on (oferta subsequente).
O funcionamento de um follow on é parecido com o do IPO, com a diferença de ser garantido o direito de preferência àqueles que já são acionistas do negócio. Caso esse direito não seja exercido, os novos papéis são oferecidos no mercado.
Com o fim do follow on, as novas ações passam a ser negociadas entre investidores no mercado secundário, sem a participação da companhia. Por fim, se a empresa desejar fechar o seu capital e sair da bolsa, ela precisará fazer uma OPA (oferta pública de aquisição).
Nela, é feita uma análise externa para definir o preço de recompra de cada ação emitida pela empresa. Se os acionistas aceitarem o montante sugerido por ação, a operação é concluída e os papéis saem do mercado.
Entretanto, se mais de 10% dos acionistas discordarem do preço definido, será realizada uma reunião para a fixação de uma nova quantia. Interessante, não é mesmo?
Quais são os tipos de ações presentes no mercado?
Ao fazer um IPO ou follow on, uma empresa poderá lançar papéis de diferentes tipos. Cada um deles possui características próprias e pode oferecer um benefício específico para o investidor. Confira abaixo quais são os principais tipos de ações presentes no mercado:
- ações ordinárias (ON): são aquelas que garantem ao seu titular o direito a voto nas decisões importantes da empresa;
- ações preferenciais (PN): são os papéis que asseguram ao seu titular a preferência no recebimento de dividendos — parte do lucro empresarial;
- units: funcionam como cestas de ações ON e PN, garantindo os benefícios de ambas;
É válido destacar que todos os tipos de ações permitem que o acionista receba dividendos. Porém, aquele que detém ações ON não terá preferência no recebimento desse provento. Isso significa que ele somente receberá o benefício após o pagamento de todos os acionistas preferenciais.
O mesmo acontece em caso de falência da empresa, uma vez que o acionista ordinário receberá eventuais ressarcimentos após o pagamento dos investidores que detêm ações PN. Por sua vez, o acionista preferencial não terá direito de votar nas decisões da companhia.
Logo, a escolha por papéis ON, PN e units pode variar conforme os seus interesses e objetivos. Por exemplo, para quem deseja exercer poderes de administração do negócio, a compra de ações ON pode fazer mais sentido.
Já para o investidor que possui o interesse em receber renda passiva, a aquisição de papéis PN tende a ser mais interessante. A compra de units costuma atender a ambos os objetivos, mas nem todas as companhias as emitem — como pode ser observado na listagem fornecida pela B3.
Como ganhar dinheiro com ações?
Agora que você já sabe o que são ações e quais são os tipos existentes, talvez queira entender como ganhar dinheiro com elas, correto?
Como você aprendeu, o investimento em ações é bastante versátil. Isso porque ele permite atender a diferentes objetivos — especialmente financeiros. Então veja a seguir as principais estratégias para ganhar dinheiro com ações:
Dividendos
Muitas pessoas buscam o investimento em ações visando receber dividendos. Eles são resultados da distribuição de parte do lucro da empresa aos acionistas. Destaca-se que todas as organizações de capital aberto são obrigadas por lei a pagar esses proventos.
Apesar dessa obrigatoriedade, o percentual de distribuição e a periodicidade dos pagamentos pode ser definido pela própria empresa. Muitas companhias adotam o montante de 25%, no entanto, é possível encontrar organizações com percentuais maiores e menores. Pela Lei N 6404 de 1976, artigo 202 da SA, as sociedades de capital aberto que não tiverem em seu estatuto a definição de um percentual a ser distribuído por meio de dividendos, devem distribuir pelo menos 25% do seu lucro do exercício. Isso significa que, caso uma empresa de capital aberto tenha lucro líquido contábil positivo em um determinado exercício, ela precisa, por lei, distribuir pelo menos 25% desse lucro líquido. Existem casos em que o dividendo mínimo obrigatório de 25% não precisa ser cumprido, mas são casos especiais, como lucro líquido contábil do exercício negativo, sociedades de capital fechado e quando a distribuição mínima não condiz com a situação financeira da companhia.
Já a periodicidade pode variar bastante, já que existem companhias que fazem a distribuição anual, semestral, trimestral e até mensal. Quem deseja ter bons rendimentos com dividendos costuma procurar organizações que pagam bons percentuais frequentemente.
Ademais, vale dizer que nem todas as empresas listadas conseguem fazer a distribuição desse provento. Para que o pagamento aconteça, é essencial que a companhia tenha conseguido lucrar no período determinado.
Portanto, caberá a você fazer uma pesquisa para compreender todos os detalhes sobre a política de distribuição de dividendos de uma companhia, caso tenha interesse nesses proventos. Para ajudar na análise, existem dois indicadores principais:
- dividend payout (DP): apresenta a porcentagem de lucro da empresa que foi dividida entre os investidores no período;
- dividend yield (DY): representa o quanto a ação paga de dividendos em relação ao seu preço.
Valorização no longo prazo
Outra maneira de ganhar dinheiro é com foco na valorização dos papéis a longo prazo. A precificação de uma ação na bolsa de valores acompanha a lei da oferta e demanda. Desse modo, quanto maior a procura por uma alternativa específica no mercado, maior tende a ser o seu preço.
Já quando a oferta de venda supera a de compra, é esperado que as cotações comecem a cair. Isso porque a ausência de interessados na compra forçará a redução dos preços para que as negociações voltem a ser atrativas para os compradores.
Esse modo de funcionamento permite que o investidor tenha lucros ou prejuízos com as oscilações. Vale destacar que, historicamente, grande parte das ações presentes no mercado acionário valorizam no longo prazo.
Também é normal que a realização de novos aportes pelos já acionistas e a entrada de novos investidores contribuam para a valorização dos papéis de um negócio no decorrer do tempo.
Em regra, isso acontece com ações de empresas que apresentam bons resultados com frequência, possuem uma boa administração e saúde financeira. A ideia é usufruir dos benefícios da expansão de uma companhia.
Conforme ela cresce e amplia o patrimônio, a tendência é que a cotação do papel aumente também. Logo, quem pratica o buy and hold (estratégia de comprar e manter a ação) pode aproveitar esse movimento.
Ao aderir à estratégia, a venda dos papéis costuma acontecer em duas situações. A primeira se dá quando ela atinge o potencial de valorização planejado, cumprindo a meta desejada. A segunda ocorre quando a empresa deixa de apresentar a mesma qualidade e você decide rebalancear a carteira.
Oscilações no curto prazo
Além da possibilidade de ter ganhos com dividendos e com a valorização dos papéis no longo prazo, você poderá lucrar com as oscilações no curto prazo. Nesse caso, trata-se da especulação, que foca na possibilidade de variações breves nas cotações.
Diferentemente do investidor, que adquire uma ação visando mantê-la na carteira por longos períodos, o especulador a compra para vendê-la rapidamente. Durante o pregão, milhares de operações são realizadas. Diante disso, as cotações oscilam diversas vezes ao longo do dia.
O foco do especulador é aproveitar momentos de baixa ou alta para conseguir rendimentos pela diferença do preço nas operações de compra e venda. Nesse caso, as operações precisam ser cirúrgicas, já que o mercado poderá fluir no sentido contrário ao da posição assumida e causar prejuízos.
Por isso, a especulação costuma ser mais indicada para quem tem perfil arrojado e, consequentemente, tem um apetite maior aos riscos. No mercado, existem 3 principais estratégias especulativas, são elas:
- day trade: a compra e venda dos ativos acontece no mesmo pregão;
- swing trade: a negociação tem um intervalo maior, com alguns dias ou poucas semanas;
- position trade: nesse caso, o prazo é ainda maior do que no swing trade, podendo levar semanas ou meses, dependendo dos objetivos do especulador.
É preciso ter em mente que quanto menor for o prazo operacional, maior será o risco da operação. Afinal, o especulador terá menos tempo para analisar o mercado e tomar as suas decisões, aumentando as chances de se equivocar.
Conclusão
Depois de aprender o que é a análise de ações e seus tipos, considere estudar e definir as suas estratégias de investimentos com antecedência. A partir disso, você poderá avaliar os ativos para ter um controle maior sobre os riscos e mais segurança na hora de investir ou especular na bolsa!
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