Como fazer uma análise de investimentos? 

Quem investe ou especula no mercado financeiro deve tomar decisões embasadas. Nesse sentido, fazer uma boa análise de investimentos é fundamental para entender o contexto atual e as projeções, de modo a fazer escolhas mais acertadas. 

Como essa etapa é essencial para você alcançar os resultados almejados, é preciso saber o que analisar e como fazer a avaliação. Afinal, o processo dependerá dos seus objetivos — sejam eles de curto ou longo prazo. 

Pensando nisso, este artigo ajudará você a fazer uma análise de investimentos alinhada ao seu perfil e planos financeiros. Continue a leitura e aprenda! 

O que é análise de investimentos? 

A análise de investimento envolve uma avaliação detalhada dos ativos (ou derivativos) e estratégias. Ela não se limita aos números e pode envolver a compreensão do cenário econômico, oportunidades e riscos do mercado financeiro. 

A depender do foco de avaliação, a prática pode ajudar tanto investidores quanto especuladores a tomarem decisões mais acertadas. Quem investe, por exemplo, pode avaliar as alternativas mais profundamente para minimizar os riscos e identificar chances de retornos favoráveis. 

A análise também ajuda a montar uma carteira diversificada. Ela garante uma visão ampla do potencial desempenho dos ativos ao longo do tempo, permitindo realizar ajustes conforme necessário. Essa característica ajuda o investidor a se manter alinhado com o seu perfil e objetivos. 

Já quem especula consegue tomar decisões de compra ou venda mais adequadas. Para tanto, o principal objetivo da análise é compreender se os preços de ativos ou derivativos tenderão a subir, cair ou ficar estáveis. Ela ainda ajuda a identificar a provável amplitude da oscilação. 

Contudo, é importante ressaltar que, embora as análises ajudem a embasar as decisões do operador ou a otimizar a alocação de recursos, ela não assegura o que ocorrerá no futuro, ok? Na prática, a avaliação funciona como um direcionamento para as escolhas, visando trazer bons resultados para quem investe ou especula. 

Quais são os tipos de análises existentes? 

Além de saber o que é uma análise de investimentos, é preciso entender que existem dois tipos principais. Elas variam conforme o objetivo da avaliação e cada uma delas é mais adequada para situações específicas. 

Confira quais tipos de análises você deve conhecer! 

Análise fundamentalista 

A análise fundamentalista é uma forma de avaliação de investimentos bastante utilizada por investidores de longo prazo e profissionais do mercado financeiro. Essa metodologia permite que eles tenham acesso aos fundamentos das empresas antes de se expor a elas, de modo a basear suas decisões. 

Por meio da análise de indicadores e números do balanço patrimonial, por exemplo, é possível compreender aspectos como a saúde financeira do negócio. Também é viável avaliar a qualidade da gestão, examinar o fluxo de caixa e realizar projeções. 

A prática permite entender a situação em que a empresa se encontra para definir se o investimento, de fato, é uma boa oportunidade. Essa análise é bastante utilizada para avaliar ativos de renda variável. 

A classe é caracterizada pela oscilação dos preços conforme as condições do mercado. Logo, ao comprar uma ação, por exemplo, o investidor se expõe à volatilidade dos ativos, o que exige cautela na escolha, certo? 

Nesse sentido, fazer uma análise fundamentalista não significa que é possível prever quais serão os resultados obtidos com o aporte. Na prática, ela ajuda a encontrar os ativos que melhor atendem às suas expectativas, embora ainda exista a possibilidade de realizar ganhos ou prejuízos. 

Para compreender melhor, veja como esse tipo de análise de investimento funciona! 

Como funciona? 

Em relação ao funcionamento, a análise fundamentalista envolve fazer uma avaliação geral do negócio. Assim, é preciso considerar tanto os fundamentos da empresa quanto as características do setor no qual ela está inserida. 

Alguns fatores essenciais para obter resultados coesos são: 

• desempenho histórico; 
• potencial de lucro; 
• nível de endividamento; 
• patrimônio líquido; 
• incentivos fiscais. 

Também é interessante avaliar o contexto econômico de maneira mais ampla, utilizando dados de diferentes áreas para que a avaliação se torne mais completa e robusta. Como exemplo, é possível incluir na análise: 

• performance do setor; 
• desempenho dos concorrentes da empresa; 
• projeções políticas e econômicas; 
• entre outros aspectos.  

Análise técnica 

Como você viu, a análise fundamentalista é bastante utilizada por aqueles que desejam se tornar sócios de uma empresa. Portanto, ela se baseia em encontrar companhias com boas perspectivas para o futuro. 

Isso justifica o fato de a análise de fundamentos não ser utilizada para especulação — operações com foco no curto e curtíssimo prazo. Como o especulador deseja obter lucro com as oscilações rápidas de preços, ele não precisa acompanhar os resultados dos negócios, não é mesmo? 

Logo, os especuladores utilizam a análise técnica, também conhecida como análise gráfica. O objetivo desse tipo de avaliação é identificar o comportamento dos preços e o volume de negociações em determinados períodos. 

Vale saber que análise técnica pode ser usada no momento de negociar outros ativos e derivativos, não se limitando às ações. Em todos os casos, a abordagem visa aumentar as chances de lucrar com uma operação e evitar perdas. 

Entenda o funcionamento desse tipo de análise! 

Como funciona? 

De forma geral, a análise técnica tem como base a Teoria de Dow, que considera que o preço de ativos e derivativos reflete os principais acontecimentos do mercado. Além disso, há padrões nas cotações que podem ser identificados a partir da avaliação de tendências. 

Como exemplo, o preço das ações de uma companhia costuma refletir fatos relevantes sobre o negócio, e esses movimentos ficam registrados nos gráficos de cotação. Assim, quando surge uma notícia sobre determinada empresa, quem negocia na bolsa tende a reagir à informação e precificar o ativo de acordo com ela. 

Isso explica por que o preço de uma ação costuma cair quando uma companhia divulga um resultado negativo, por exemplo. Por outro lado, a cotação tende a aumentar se ela apresentar um balanço com desempenho positivo ou acima do esperado. 

Dessa forma, a análise técnica funciona com base nos padrões de movimentos registrados nos gráficos. Ao acompanhar as oscilações de preços e volumes de negociação, o especulador pode identificar tendências e realizar as operações no mercado. 

Como saber qual análise utilizar? 

Sabendo quais são e como funcionam os tipos de análises de investimentos, você pode se perguntar qual estratégia utilizar na sua rotina. Como cada uma delas atende a objetivos e necessidades distintas, é preciso considerar as suas características. 

Acompanhe quais fatores analisar para saber qual abordagem é a mais adequada para as suas expectativas e necessidades no mercado financeiro! 

Perfil de investidor 

Para começar, vale definir o seu perfil de investidor. Essa classificação indica qual é a sua tolerância aos riscos no mercado financeiro. Assim, ela ajuda a mensurar a sua capacidade de assumir riscos ao negociar na bolsa de valores. 

Essa característica é bastante relevante porque as operações de curto prazo tendem a ser mais arriscadas do que o investimento com foco no longo prazo. Afinal, em períodos maiores, é comum que as movimentações de preços se diluam, o que ajuda a mitigar os riscos. 

Portanto, um investidor com perfil conservador, que tem baixa tolerância ao risco e a possíveis perdas financeiras, pode não se interessar pela análise técnica. A razão é que ele prefere investir com mais segurança e prioriza poder resgatar o dinheiro facilmente. 

Já o investidor moderado tem um nível médio de tolerância aos riscos. Então ele pode se arriscar um pouco mais em busca de um potencial maior de ganhos, ainda que priorize alocar a maioria dos recursos em alternativas mais seguras. 

Por fim, o investidor arrojado tem maior tolerância e apetite ao risco. Por esse motivo, ele é o mais propenso a especular na bolsa de valores e pode se interessar por utilizar a análise técnica em suas operações. 

Objetivos financeiros 

A utilização da análise fundamentalista ou técnica também depende dos seus objetivos financeiros, que representam o que você espera alcançar com os investimentos. Quem tem planos de curto prazo e perfil arrojado, por exemplo, pode optar por buscar oportunidades para especular na bolsa. 

Já os objetivos de médio e longo prazo podem ser alcançados com o auxílio dos investimentos com foco em períodos maiores. Nesse caso, a análise fundamentalista pode ajudar a encontrar ativos com boas perspectivas para o futuro. 

Logo, os planos servem para orientar suas decisões e estão relacionados às análises que devem ser realizadas para alcançar as metas. 

Horizonte de investimento 

Para completar o processo de decisão, é importante pensar no seu horizonte de investimentos. Se ele for mais curto, o dinheiro precisa ser acessado com mais facilidade e a estratégia deve envolver alternativas com liquidez diária, por exemplo. 

Os horizontes mais distantes, por outro lado, permitem deixar o recurso alocado por mais tempo. Contudo, a estratégia deve envolver fazer reavaliações para garantir que os investimentos continuarão alinhados ao seu perfil e objetivos, combinado? 

Como fazer a análise fundamentalista? 

Após entender qual tipo de análise de investimentos você deve fazer, é hora de aprender como fazer a análise de fundamentos. Se você acredita que essa abordagem está alinhada às suas estratégias, acompanhe as dicas que podem ajudá-lo a aplicar essa avaliação com mais segurança! 

Defina as empresas que serão analisadas 

O primeiro passo para fazer a análise fundamentalista é definir quais serão as companhias analisadas. Afinal, existem centenas de empresas listadas na bolsa de valores brasileira (B3), então você precisa selecionar aquelas que são do seu interesse. 

A decisão é pessoal e depende das suas preferências e objetivos financeiros. Por exemplo, se o foco é receber dividendos, vale optar por companhias que, historicamente, costumam dividir a maior parte dos lucros com os acionistas. 

Também há investidores com mais afinidade com determinados setores ou empresas. Então vale buscar negócios com essas características e compará-los. Lembre-se de que essa etapa é essencial para deixar a sua análise mais focada. 

Conheça as etapas da análise 

Para chegar aos resultados corretos após selecionar as empresas, é preciso seguir uma ordem de avaliação. O estudo pode começar pela análise dos demonstrativos financeiros presentes no balanço patrimonial divulgado pela organização. 

Ainda, o processo pode ser dividido em dados quantitativos e qualitativos. No primeiro caso, é necessário fazer os cálculos referentes às informações obtidas. Para tanto, são utilizados diversos indicadores, conforme os seus objetivos, além de considerar as projeções da companhia no futuro. 

Após calcular os indicadores, é recomendado comparar os resultados da empresa com outras do mesmo setor. Assim, o processo serve de base para as decisões de investimentos, por facilitar a escolha e a definição de estratégias. 

Avalie os indicadores fundamentalistas 

Os indicadores fundamentalistas são métricas que apresentam informações sobre um fundamento específico da empresa. Eles podem expressar diferentes números e devem ser escolhidos conforme a sua estratégia de investimento. 

Descubra exemplos de indicadores usados na análise fundamentalista! 

LPA 

O lucro por ação (LPA) indica os ganhos obtidos pela companhia em relação aos papéis disponíveis no mercado. O resultado é obtido pela divisão do lucro do período analisado pelo total de ações da empresa. 

P/L 

Já o preço sobre o lucro (P/L) considera a cotação atual do papel e o LPA da empresa dos últimos 12 meses. Com isso, o indicador mostra quanto o mercado está disposto a pagar pelo lucro gerado pela companhia. 

Vale saber que a métrica é bastante utilizada para comparar dois negócios. Ela ajuda a definir quanto de lucro cada papel gera durante um ano. No entanto, tenha em mente que dados passados não garantem resultados futuros, está bem? 

Margem Ebitda 

No mercado financeiro, o Ebitda demonstra os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização. Logo, ele indica o lucro operacional do negócio, ou seja, os resultados gerados apenas pelas operações empresariais. 

Já a margem Ebitda é dada pelo lucro operacional sobre a receita líquida. Desse modo, o indicador permite descobrir qual é o nível de eficiência corporativa. 

DY 

Se o seu objetivo é montar uma carteira com foco no recebimento de dividendos, o dividend yield (DY) é um indicador relevante. Ele demonstra quanto cada papel gerou de dividendos nos últimos 12 meses em comparação com o seu preço. 

Por exemplo, uma ação que custa R$ 50 e gerou R$ 2 de dividendos no ano teve um DY de 4%. Ao comparar diferentes empresas, você terá embasamento histórico em relação ao pagamento desse provento. 

Retorno sobre patrimônio líquido 

O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) é obtido pela divisão do lucro líquido pelo patrimônio líquido. Isso ajuda a compreender a capacidade da empresa em gerar lucros com base nos seus próprios recursos. 

Faça a comparação entre empresas 

Depois de calcular os indicadores que mais fazem sentido para a sua análise de investimentos, o próximo passo é comparar as empresas que você definiu na primeira etapa. A ideia é contrapor os números e compreender quais se destacam. 

Vale ressaltar que uma empresa pode apresentar alguns indicadores favoráveis, enquanto outra companhia tem métricas diferentes que se sobressaem. Portanto, a comparação envolve priorizar os resultados mais alinhados à sua estratégia. 

Dessa maneira, é possível escolher as companhias que se destacam e fazem mais sentido para compor a sua carteira de investimentos. Você pode manter esses papéis no portfólio enquanto os fundamentos analisados continuarem os mesmos. 

Como fazer a análise técnica? 

Você aprendeu como fazer a análise fundamentalista, mas se ela não for a metodologia mais adequada para os seus objetivos, vale estudar a análise técnica. 

Saiba mais sobre as etapas que poderão deixar sua avaliação mais efetiva! 

Entenda como funciona a especulação 

Antes de especular na bolsa de valores, é essencial que o conceito esteja claro. O objetivo da especulação é lucrar com a diferença entre o preço de compra e de venda das ações (ou outros ativos ou derivativos). 

Uma possibilidade é comprar um ativo por um preço menor e vendê-lo quando ele estiver mais caro. Outra forma de lucrar é fazer uma venda a descoberto e, depois, readquirir os papéis por uma cotação menor. 

Se a operação vendida começar e se encerrar no mesmo dia (day trade), o especulador não precisa ter os ativos na carteira. Por outro lado, é necessário alugar as ações para fazer a venda em operações com duração maior (swing trade). 

Estude os padrões gráficos e os indicadores técnicos 

Para encontrar o momento em que pode ser mais lucrativo atuar vendido ou comprado, é relevante estudar os padrões que tendem a se repetir. A partir da análise das figuras gráficas, fica mais fácil escolher os pontos de entrada e saída das operações. 

Alguns exemplos de padrões gráficos que você deve conhecer são: 

• martelos; 
• bandeiras; 
• triângulos; 
• dojis; 
• topo duplo. 

A formação de cada um deles representa uma movimentação específica. Portanto, saber identificá-los ajuda a tomar decisões. 

Além disso, é interessante aprofundar a avaliação usando indicadores gráficos. Existem diversas alternativas, como médias móveis, suporte e resistência, índice de força relativa (IFR), entre outros. Eles podem ser usados em conjunto para compreender melhor o contexto e buscar oportunidades de entrada ou saída de uma operação. 

Desenvolva o seu emocional 

A análise técnica ajuda bastante a identificar as possíveis oportunidades e os períodos de alta volatilidade do mercado. Contudo, o especulador também precisa ter controle emocional para tomar decisões mais conscientes. 

Afinal, obter lucros diários pode gerar um sentimento de grande satisfação, fazendo com que o especulador tente terminar o dia com saldo positivo todos os dias. Mas nem sempre é possível encerrar o pregão com lucro. 

Logo, o trader deve se preparar emocionalmente para enfrentar prejuízos. Caso ele tente recuperar as perdas no mesmo dia em que elas forem realizadas, o abalo psicológico pode aumentar as chances de fazer uma operação equivocada. 

Se isso ocorrer, o prejuízo pode ser ainda maior. Então, além de saber utilizar a análise técnica, é fundamental ter calma e desenvolver o seu emocional para fazer escolhas mais acertadas no curto prazo. 

Quais outros fatores analisar ao investir ou especular? 

Além dos pontos apresentados para fazer uma análise de investimentos conforme as suas necessidades, existem outros fatores que vale a pena analisar. Eles ajudam a compreender o mercado ou podem facilitar a sua tomada de decisão. 

Acompanhe!  

Análise de risco nos investimentos 

A análise de risco é um processo de avaliação das possíveis ameaças relacionadas a um investimento. Ela ajuda a identificar pontos de atenção de diferentes alternativas do mercado financeiro. 

Como existem diversas oportunidades para investir, algumas opções são mais seguras e previsíveis, enquanto outras são mais arriscadas e voláteis. Por isso, é preciso entender o que é uma análise de risco e como fazê-la.  

Entre os riscos encontrados nos investimentos estão: 

• risco de crédito; 
• risco de mercado; 
• risco de liquidez; 
• risco operacional. 

Além de ajudar a tomar decisões mais adequadas e embasadas, a análise de riscos ajuda o investidor a se preparar para cenários adversos, como crises financeiras. Esse conhecimento permite adotar medidas visando minimizar os impactos desses eventos. 

Carteiras recomendadas e análises profissionais 

Como visto, a análise de investimentos é um processo bastante complexo. Mas fique tranquilo, pois você não precisa fazer as avaliações sozinho. Se ainda existem dúvidas com relação às escolhas, é possível se beneficiar das carteiras recomendadas. 

Na Genial Analisa, por exemplo, você encontra carteiras com recomendações elaboradas por profissionais com amplo conhecimento do mercado financeiro. Os relatórios apresentam análises completas de ativos e setores específicos, expectativas para o futuro e recomendações de oportunidades. 

Por exemplo, você pode encontrar carteiras recomendadas com foco em ações, fundos imobiliários e no pagamento de dividendos. Assim, fica mais fácil consultar os relatórios que melhor atendem às suas necessidades. 

Inclusive, a solução pode ser interessante para quem ainda não possui conhecimentos aprofundados ou não tem tempo para fazer análises de investimentos detalhadas. Ou seja, até mesmo investidores mais experientes podem se beneficiar da estratégia. 

Ainda, as análises profissionais não se limitam a quem deseja investir com foco no longo prazo. Os especuladores também podem acessar a seção dedicada à análise técnica e descobrir oportunidades de swing trade. 

Neste artigo, você aprendeu como fazer uma análise de investimentos adequada à sua estratégia e objetivos. Lembre-se de aprofundar seus conhecimentos sobre a abordagem de interesse para ter resultados ainda melhores no mercado financeiro. 

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