Pensar no futuro ao investir é essencial para ter mais tranquilidade e alcançar os seus objetivos. Diante disso, vale a pena conhecer as oportunidades do mercado financeiro focadas no longo prazo, como a Previdência Privada.
Embora seja famosa por complementar a aposentadoria, ela também pode ajudar em outras conquistas, sabia? Porém, o investimento deve acontecer de forma planejada, pois existem diversas características para considerar — como perfil de risco, prazo, valores e tributação.
Quer saber mais sobre a alternativa? Neste artigo você conhecerá o funcionamento do investimento em Previdência Privada e esclarecerá as principais dúvidas sobre essa alternativa.
O que é Previdência Privada?
Os planos de Previdência Privada, também chamada de Previdência Complementar, são investimentos voltados para o longo prazo. Eles são, frequentemente, utilizados como um complemento à aposentadoria da Previdência Social, mas podem ser usados para outros objetivos.
Na prática, os fundos de Previdência fazem alocação em ativos variados, conforme estratégia específica definida. Assim, a alternativa pode se alinhar a diferentes perfis de investidor e oferecer características distintas em relação ao potencial de retorno.
Como funciona a Previdência Privada?
Para oferecer os resultados esperados, os planos de Previdência Privada são estruturados em duas fases principais: o período de acumulação e a etapa de recebimento.
No primeiro momento, o participante faz contribuições periódicas e esses recursos são investidos para terem rendimentos. No caso do PGBL e VGBL, o rendimento é atrelado a um fundo de investimento que, por sua vez, pode investir em ativos financeiros diversos, conforme a estratégia definida.
A composição da carteira do fundo é feita por um gestor profissional e de acordo com um perfil de risco determinado. Nesse período de acumulação, o investidor tem a chance de formar um patrimônio e de obter rendimentos para potencialmente aumentar a quantia acumulada.
Depois da fase de acumulação, vem o período de utilização dos recursos. Nele, o montante poderá ser resgatado de uma só vez ou gerar uma renda mensal para o participante, chamada de benefício.
Quais são os tipos de Previdência Privada?
Quanto à participação, há dois tipos de Previdência Privada: os planos abertos e os fechados. Além disso, os principais tipos de planos abertos são: Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).
Planos fechados
Os planos fechados de Previdência são oferecidos principalmente por empresas a seus empregados ou por entidades de classe aos profissionais que são associados a elas.
Quando oferecidos pelas companhias como benefício aos colaboradores, os planos podem ser patrocinados pelo empregador. Nesses casos, a patrocinadora também contribui para o plano, com uma quantia proporcional à contribuição do participante.
Ainda, os participantes de fundos de pensão empresariais que se desligam da empresa patrocinadora têm a oportunidade de permanecer no plano. Para tanto, a única condição é assumir as contribuições do negócio, na forma de autopatrocínio.
Alternativamente, é possível pedir a portabilidade dos recursos para outro fundo de pensão ou para um plano de Previdência aberta, como o PGBL e Fundo fechado somente pode portar para PGBL.
Tanto no caso do autopatrocínio quanto no da portabilidade, o ex-funcionário tem o direito de manter pelo menos uma parte das contribuições da patrocinadora. Já os outros detalhes do processo dependerão das características do fundo.
Planos abertos
Os planos de Previdência aberta são oferecidos por instituições financeiras a qualquer interessado. Nesse caso, eles são mantidos por seguradoras e distribuídos pelas plataforma de investimentos por exemplo.
Assim como ocorre em fundos de investimento comuns, o fundo cobra uma taxa de administração que remunera todos os prestadores de serviço. Essa cobrança incide sobre o montante investido, conforme o percentual anual estabelecido.
Pode haver ainda a cobrança de uma taxa de carregamento na hora do pagamento da contribuição, dos resgates ou da portabilidade. Vale saber que a taxa de carregamento é um percentual que incide sobre o montante aportado, mas nunca sobre a rentabilidade.
Para entender melhor os planos abertos, é preciso conhecer as distinções entre os planos PGBL e VGBL. Confira quais são elas!
PGBL
A principal diferença entre PGBL e VGBL é a possibilidade de abater as contribuições na declaração de Imposto de Renda (IR). Desse modo, o montante destinado ao plano PGBL ao longo do ano é dedutível da base de cálculo do tributo.
Para tanto, há um limite de 12% da renda bruta tributável anual. Em função disso, esses planos costumam ser interessantes para quem entrega o formulário completo da declaração de IR.
Outro ponto importante é que a dedução só é válida para quem contribui para a Previdência Social (INSS) ou regime próprio de Previdência de servidores públicos.
Nesse plano, as contribuições feitas em nome de um terceiro, como filho ou cônjuge, também podem ser abatidas desde que o responsável financeiro pelas contribuições os tenha como dependentes no imposto de renda. Contudo, se o dependente tiver 16 anos ou mais, a contribuição para a Previdência Pública será obrigatória para o direito às deduções.
Como essa é uma forma de adiar o pagamento de parte dos tributos, o imposto do PGBL incidirá sobre todo o montante no momento do resgate.
VGBL
Por outro lado, as contribuições feitas para VGBL não são dedutíveis na declaração de IR. Logo, ele tende a ser mais alinhado a quem entrega o formulário simplificado ou não contribui para a Previdência Pública.
O VGBL também costuma ser adequado para quem está apto a aproveitar as deduções de um PGBL, mas deseja investir mais do que 12% da renda bruta tributável anual em Previdência Privada. Por fim, o Imposto de Renda incidirá apenas sobre os rendimentos.
Como é a tributação da Previdência Privada?
Quando o assunto envolve a cobrança de Imposto de Renda, a Previdência Privada conta com incentivos tributários que devem ser conhecidos. Para entender melhor como eles funcionam, veja quais são as principais regras a respeito da tributação!
Não há come-cotas
Os planos de Previdência não têm incidência do come-cotas — um mecanismo de tributação de determinados tipos de fundos de investimento. Nele, o IR é descontado a cada seis meses, mesmo que não tenha havido resgate, sendo cobrado na forma de cotas do investidor.
Na Previdência Privada, o Imposto de Renda só é descontado no resgate ou no recebimento do benefício. Desse modo, ao deixar o pagamento do IR apenas para a fase de utilização dos recursos, há maior aproveitamento dos efeitos dos juros compostos ao longo do tempo.
Tabelas de tributação dos rendimentos
O participante de um plano de Previdência pode optar entre duas tabelas de tributação do Imposto de Renda: a progressiva e a regressiva.
A tabela progressiva é a mesma que incide sobre os salários e outros rendimentos tributáveis anualmente. Quanto maior a quantia resgatada e a renda, maior será a alíquota aplicada, entre 0% e 27,5%. Ademais, essa tabela pode ser revista e atualizada pelo Governo.
Veja suas alíquotas:
- até a faixa de isenção: 0%;
- 1ª faixa de renda: 7,5%;
- 2ª faixa de renda: 15%;
- 3ª faixa de renda: 22,5%;
- 4ª faixa de renda: 27,5%.
No pagamento do resgate ou benefício, é retido 15% na fonte e o restante é cobrado na declaração de ajuste anual junto com as demais rendas tributáveis.
Já a tabela regressiva, exclusiva dos planos de Previdência Privada, tem alíquotas decrescentes conforme o tempo em que os recursos permanecem alocados no plano. As maiores porcentagens ficam para os prazos mais curtos.
Veja só:
- até 2 anos: 35%;
- de 2 a 4 anos: 30%;
- de 4 a 6 anos: 25%;
- de 6 a 8 anos: 20%;
- de 8 a 10 anos: 15%;
- acima de 10 anos: 10%.
A tabela regressiva é também conhecida como definitiva, pois a tributação no resgate ou benefício é feita direto na fonte, não havendo necessidade de ajuste.
No entanto, caso o participante opte pela tabela regressiva e faleça durante a fase de acumulação, existe uma regra especial. Nessa situação, a alíquota máxima que pode ser cobrada na transmissão dos recursos acumulados para os beneficiários é de 25%.
Também vale saber que a tabela progressiva pode ser trocada pela regressiva, mas o contrário não é possível. Logo, a escolha pela tabela regressiva não pode ser desfeita.
Como escolher a forma de tributação?
A tabela progressiva pode ser mais vantajosa em duas situações. A primeira é se o participante pretende receber um benefício mensal de valor baixo, que se enquadraria na faixa de isenção ou na alíquota de 7,5%. A segunda é se o cliente pretende ficar menos de 4 anos.
Contudo, isso tende a ser válido somente quando não existem outras fontes de renda tributáveis que seriam somadas ao benefício do plano. Do contrário, pode acontecer de o recebimento se enquadrar em uma faixa mais alta, certo?
Já a tabela regressiva beneficia quem realmente investe com foco no longo prazo, podendo ser vantajosa para períodos superiores a dez anos. Nesse sentido, ela tende a ser atrativo para quem busca obter uma renda mensal substancial, que se enquadraria em faixas mais elevadas pela tabela progressiva.
De toda forma, a melhor maneira de saber qual tabela é mais adequada para você é por meio de uma simulação de investimento. Assim, você pode descobrir quanto consegue acumular a partir do montante que tem para investir, o prazo disponível para poupar e os impactos do IR.
Recentemente ocorreu uma mudança sobre o momento da escolha pela tabela, de modo a trazer mais flexibilidade e facilidade na tomada de decisão dos investidores. Ela foi feita pela Lei n.º 14.803/2024. Pela nova regra, o cliente poderia decidir a tabela no momento do primeiro resgate, mas a alteração ainda está aguardando uma circular da SUSEP para regulamentar a operação.
Possibilidade de dedução na declaração de Imposto de Renda
Como você viu, contribuições feitas em fundos PGBL são dedutíveis da base de cálculo do Imposto de Renda até um limite de 12% da renda bruta tributável anual do titular.
Portanto, se o contribuinte tem uma renda bruta tributável de R$ 100 mil por ano, ele pode abater até R$ 12 mil que sejam destinados a um PGBL. Isso significa que ele deixará de pagar imposto sobre esse montante naquele ano.
Note, porém, que não se trata de uma isenção de imposto, mas apenas de uma postergação de seu pagamento. Afinal, o investidor deixa de pagar esse valor de IR hoje para pagá-lo na hora do resgate ou recebimento dos benefícios.
Esse adiamento tem duas vantagens. A primeira é que os recursos que seriam destinados à Receita Federal podem ser investidos para trazer mais rendimentos. Dessa forma, é possível obter ganhos para o patrimônio do investidor.
A segunda é que, se o participante optar pela tabela regressiva, seus recursos podem ser tributados a alíquotas menores do que 27,5%, como você aprendeu. No cenário mais favorável, ele pagará apenas 10% de Imposto de Renda. Aqui, lembre-se de que as contribuições feitas ao VGBL não são dedutíveis da base de cálculo do IR.
Como declarar a Previdência Privada no IR?
Quem investe em Previdência Privada precisa saber como declarar essa modalidade no Imposto de Renda. As contribuições feitas no PGBL devem ser inclusas na ficha “Pagamentos Efetuados”.
Selecione o código “36 – Previdência Complementar” e preencha os campos apresentados. Se as contribuições foram feitas por você, marque a alternativa “Titular”. Caso elas tenham sido feitas por um dependente, escolha a opção correspondente.
Informe o CNPJ do fundo e o nome da entidade de Previdência. Por fim, some as contribuições realizadas durante o ano e inclua os valores pagos.
No caso do tipo VGBL, a declaração deve ocorrer na ficha de “Bens e Direitos”, código “97 – VGBL”. Preencha os campos com os valores das contribuições informadas no informe de rendimentos da seguradora. No item “Discriminação”, insira o nome da entidade de Previdência e o número de certificado do plano.
Se for a sua primeira declaração de VGBL, deixe o campo “Situação em 31/12 do ano anterior ao ano-calendário” em branco. Já o campo “Situação em 31/12 do ano-calendário” deve ser preenchido com o valor total contribuído, sem considerar a rentabilidade.
Caso você já tenha declarado o investimento anteriormente, insira o saldo ao final de cada ano. Já os valores resgatados são declarados da mesma maneira, tanto para o PGBL quanto VGBL.
A diferença é pela tabela de tributação. Se você optou pela tabela progressiva, é preciso declarar o resgate na ficha “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica”.
Inclua todas as informações exigidas, como o montante resgatado, imposto retido, CNPJ da entidade etc. Porém, se você optou pela tabela regressiva, utilize a ficha “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva” e inclua as informações requeridas. O código escolhido deve ser o “12 – Outros”.
Como é o cálculo da Previdência Privada?
Para mostrar como as diferentes tabelas de tributação influenciam o resultado da Previdência Privada, vale conferir uma simulação do IR. Nela, você verá as tabelas progressiva e regressiva para o PGBL e VGBL.
Para ajudar no cálculo, fizemos uma simulação comparando VGBL com tabela regressiva, PGBL com tabela regressiva e um fundo de investimento. Para sermos justos na comparação vamos considerar que o benefício fiscal gerado pelo PGBL foi aplicado 1 ano depois em um VGBL. Além disso, em todas as alternativas consideramos os seguintes parâmetros:
- aporte inicial de R$ 20 mil;
- contribuições mensais de R$ 500;
- prazo de 30 anos;sem taxa de carregamento para o plano de Previdência;
- rentabilidade de 4% real (ignorando a inflação do período).






Os principais pontos da comparação são o efeito bola de neve pela ausência de come-cotas e vantagem de utilizar o PGBL.
O que acontece em caso de morte do titular?
Ao fazer um plano de Previdência Privada, o titular deve designar os seus beneficiários. Ou seja, as pessoas que devem receber os recursos se ele falecer. Nesse sentido, saiba que eles não precisam ser os seus herdeiros legais, ou seja, aqueles beneficiários obrigatórios por lei.
Caso o participante faleça sem ter indicado beneficiários, os recursos serão revertidos para os herdeiros legais, conforme a lei. Ainda, se o titular falecer durante a fase de acumulação, o montante acumulado no plano é transmitido aos beneficiários ou herdeiros em poucos dias, sem necessidade de inventário.
Já se o falecimento do participante ocorrer durante a fase de recebimento dos benefícios, os recursos podem ou não ser transmitidos aos beneficiários, dependendo da forma de rendaescolhida. É por isso que os planos de Previdência podem auxiliar o planejamento sucessório.
Quais são as formas de pagamento do benefício?
Após acumular patrimônio no seu plano de Previdência, chega o momento de usufruir dos recursos investidos e começar a receber os benefícios. Eles podem ser pagos mensalmente, de forma vitalícia ou temporária, ou de uma única vez.
Confira quais são as modalidades de recebimento, que sempre terá início após a data estipulada.
Pagamento único
Consiste no resgate do valor total acumulado no plano. Nesse cenário, o titular receberá todo o montante em apenas uma parcela.
Renda mensal por prazo certo
É uma renda mensal paga por um prazo pré-definido. No caso de morte do titular, a renda é revertida aos beneficiários ou herdeiros.
Renda vitalícia
É uma renda mensal paga até o fim da vida do participante. Nela, os pagamentos cessam com a morte do titular e os recursos acumulados no plano não são repassados, sendo direito da seguradora mantê-los.
Renda vitalícia com prazo mínimo garantido
Refere-se ao montante mensal até o fim da vida do titular. É pré-estabelecido um prazo durante o qual, se ele falecer, a renda será revertida aos seus beneficiários. Após o prazo mínimo estabelecido, os recursos ficam para a seguradora.
Renda vitalícia reversível ao beneficiário indicado
É o valor mensal pago até o fim da vida do participante. Se ele falecer durante a fase de utilização dos recursos, a renda é revertida vitaliciamente a um beneficiário indicado. Caso o beneficiário faleça antes do titular, a reversibilidade é extinta.
Renda vitalícia reversível ao cônjuge com continuidade aos menores
É o montante mensal pago até o fim da vida do participante. Se ele falecer durante a fase de utilização dos recursos, seu cônjuge ou companheiro passa a receber um percentual desse montante por toda a vida.
Após a morte do cônjuge ou companheiro, um percentual passa a ser pago aos filhos menores até que eles atinjam a maioridade.
Renda temporária
Consiste na quantia mensal paga por um prazo pré-definido a partir da data estipulada. Se o participante falecer durante o período de recebimento dos recursos, os valores não são revertidos aos beneficiários e ficam para a seguradora.
Onde os planos de Previdência Privada podem investir?
Os fundos de Previdência podem investir em diferentes tipos de ativos, o que influencia nos riscos envolvidos no investimento. Isso significa que cada plano pode ter uma parcela específica de alocação em renda fixa e em renda variável, por exemplo.
Nesse contexto, a composição da carteira impacta o risco e a rentabilidade: fundos com mais renda variável tendem a ter maior risco, mas podem render mais. Já os veículos que alocam mais recursos em renda fixa tendem a render menos, mas estão menos expostos a perdas.
A escolha, portanto, depende das características e dos interesses do investidor. Dessa forma, é preciso considerar outros aspectos que possam ser relevantes, como seu perfil de investidor, por exemplo.
Como funciona a portabilidade de Previdência Privada?
Agora que você sabe como funcionam os planos de Previdência Privada, é hora de conhecer a portabilidade. Caso você esteja insatisfeito com o desempenho ou os custos do seu plano, por exemplo, é possível migrar os recursos para uma alternativa por meio desse processo.
Assim, não é preciso resgatar recursos, pagar Imposto de Renda e depois reinvesti-los em outro fundo, por exemplo. Vale destacar que o procedimento não tem custos, pois a única cobrança permitida é a de taxa de carregamento de saída do plano original, se houver.
Dessa maneira, surgem oportunidades para migrar para um plano mais barato, com histórico de rentabilidade melhor ou com uma estratégia de investimentos mais adequada ao seu perfil.
Quais são as regras de portabilidade?
Para entender melhor o processo, saiba que a portabilidade pode ser interna (entre planos de uma mesma instituição financeira) ou externa (de uma instituição para outra). Para quem optou pela tabela regressiva, a migração preserva o prazo de aporte já decorrido desde o investimento inicial.
Ademais, a portabilidade da Previdência pode ser feita entre planos abertos, entre planos fechados (fundos de pensão), de um aberto para um fechado ou vice-versa. Mas a migração só é possível durante a fase de acumulação, nunca na fase de recebimento do benefício.
Entre planos abertos, você só pode migrar de PGBL para PGBL ou de VGBL para VGBL. Em todos os casos, a carência mínima para a portabilidade costuma ser de 60 dias. Por outro lado, quando o plano de origem é um fundo de pensão, é possível migrar para outro fundo de pensão ou para um plano aberto, porém os recursos oriundos de fundo de pensão não podem ser resgatados. Existe a possibilidade de pedir renda por um prazo mínimo de 15 anos ou quanto tempo o funcionário contribuiu o que for maior.
Nesse caso, a carência mínima é de 3 anos de permanência no plano original. Porém, caso o fundo de pensão seja patrocinado pelo seu empregador, a portabilidade só é possível quando não houver mais vínculo empregatício. Caso queira realizar o processo, o pedido de migração deve ser feito à instituição financeira do seu plano atual.
Ela será a responsável por entrar em contato com a instituição do seu plano de destino e finalizar o processo no prazo legal.
Quais as diferenças entre aposentadoria pelo INSS ou Previdência Privada?
Um dos motivos para uma pessoa buscar um plano de Previdência Privada é o fato de ele poder complementar a aposentadoria pública da Previdência Social. Porém, apesar da semelhança em seus nomes, eles contam com diferenças importantes.
No caso do INSS, a aposentadoria segue as regras da Previdência Social. Isso exige um período mínimo de contribuição e há um teto de recebimento. Além disso, há regras definidas para a transferência do benefício, que acontece com a pensão por morte e afeta o valor pago.
A Previdência Privada, por outro lado, pode ter um período menor para receber um benefício maior, devido à obtenção de rendimento. Você também pode escolher quanto investir, quando fazer aportes e como deseja o recebimento. Portanto, é uma opção mais flexível.
Para quem exerce atividades remuneradas, a contribuição para o INSS é obrigatória. Porém, mesmo nesse caso, pode ser interessante ter um plano de Previdência Privada para complementar os recebimentos e manter o padrão de vida no futuro.
Já quem não contribui para a Previdência Pública pode utilizar os planos como solução para o longo prazo, caso se alinhem às necessidades do investidor.
Quais são as vantagens de investir em Previdência Privada?
Agora que você entende as principais características da Previdência Privada, é possível identificar quais são os pontos positivos do investimento. O primeiro deles envolve os benefícios fiscais, com destaque para os planos do tipo PGBL.
Nesse caso, é possível reduzir o imposto pago ao longo dos anos em cada declaração para a Receita Federal. Embora haja o desconto posterior no resgate, é uma forma de ter cobranças menores durante o período de acumulação.
Outro ponto positivo é que a Previdência Privada apresenta particularidades que podem se alinhar a diferentes tipos de investidores. Ela também tem características que podem ser personalizadas, como tempo de aporte, período de recebimento e valor do benefício.
Portanto, ela pode ser definida de acordo com cada pessoa. Ademais, a alternativa costuma ser acessível, já que não é comum haver a exigência de grandes investimentos mínimos. Muitas vezes, não é preciso alocar um montante inicial, por exemplo.
Ao mesmo tempo, você conta com mais praticidade. Ainda, a alocação de recursos envolve a gestão profissional, então não é preciso tomar cada decisão de investimento individualmente. Se for o caso, você pode se dedicar mais a outras operações que exijam maior atenção, por exemplo.
Devido à relação com a aposentadoria, de forma complementar ou para substituir o benefício pago pelo INSS, a Previdência Privada pode oferecer mais segurança e previsibilidade para o futuro. Assim, é possível manter seu padrão de vida e ter mais tranquilidade ao se aposentar.
E as desvantagens da Previdência Privada?
Apesar dos diversos pontos positivos, existem alguns fatores que podem ser considerados desvantagens dos planos de Previdência Privada. A primeira está relacionada às cobranças — especialmente a taxa de carregamento.
Como elas afetam seus rendimentos, é importante considerar o custo-benefício do plano no momento de avaliar as alternativas. O risco do investimento é outro ponto que precisa de avaliação cuidadosa.
Esse risco depende do perfil do fundo, que pode ser conservador, moderado ou arrojado. Por isso, é fundamental que a sua escolha de Previdência Privada esteja alinhada com o seu perfil de investidor.
Também vale considerar como ponto negativo da tabela regressiva o resgate do dinheiro feito antes de 10 anos. Em períodos muito curtos, como em menos de 2 anos, a tributação chega a 35%, prejudicando o seu retorno.
Ainda, é possível considerar que o plano PGBL tem a desvantagem de, no momento do resgate, a alíquota do Imposto de Renda incidir sobre todo o montante acumulado, incluindo os rendimentos.
Investir em Previdência Privada vale a pena?
Após conhecer todas as características desse investimento, fica mais fácil definir se ele é adequado às suas necessidades. Para tomar a melhor decisão, é preciso considerar as suas expectativas quanto ao uso dos recursos.
No geral, a Previdência Privada é usada para objetivos de longo prazo, sem se restringir à aposentadoria. Essa pode ser uma forma de economizar dinheiro para o futuro de um filho, até que ele complete 18 anos, por exemplo.
Além disso, o investimento pode estar relacionado à independência financeira. Quando conquistada, ela permite viver de maneira confortável apenas com o rendimento da sua carteira de investimentos. Afinal, o sustento não dependerá mais apenas de um salário proveniente do trabalho.
Finalmente, os planos de Previdência Privada podem ser usados para fazer o planejamento sucessório. Então o plano pode ser um instrumento para oferecer segurança material à família em caso de morte do titular.
É melhor fazer aporte único ou aportes mensais?
Outro aspecto que costuma causar dúvidas tem relação com os aportes. Em geral, o mais adequado é fazer depósitos todos os meses, pois isso favorecerá a disciplina dos seus investimentos.
Essa prática também favorece a acumulação de patrimônio, devido ao efeito dos juros compostos. Ou seja, os valores que forem depositados renderão de forma contínua com o passar do tempo, gerando um efeito bola de neve.
Logo, em vez de fazer um aporte único, vale se planejar financeiramente para investir frequentemente no plano de Previdência e potencializar seus resultados.
Há outros investimentos que se comparam à Previdência Privada?
Considerando que a Previdência Privada é uma alternativa focada no longo prazo, existem outros investimentos que podem ser adequados para períodos maiores. Entre as opções que podem ajudar na diversificação da sua carteira estão:
Tesouro IPCA
O Tesouro IPCA é um título público com rentabilidade híbrida. O retorno é segue as variações do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o principal indicador de inflação do Brasil, acrescido de uma taxa prefixada.
Desse modo, o título garante retorno acima da inflação e ajuda a proteger o seu patrimônio contra a perda do poder de compra. Além disso, a plataforma do Tesouro Direto oferece diversas aplicações do Tesouro IPCA, que variam conforme o prazo de vencimento, o fluxo de pagamento e a rentabilidade oferecida.
Assim como os demais títulos públicos, o Tesouro IPCA tem liquidez diária, mas o resgate antecipado está exposto à marcação a mercado. Logo, há riscos de perdas financeiras caso você não mantenha o investimento até o vencimento.
Ações
As ações representam a menor parcela do capital social de uma empresa e são negociadas na bolsa de valores. Ao adquirir os papéis, você se torna sócio da companhia e tem direito de participar de seus resultados.
Como pertencem à renda variável, o risco desses ativos é maior, mas o investimento com foco no longo prazo tende a reduzir os impactos da volatilidade do mercado. Portanto, elas podem ser interessantes para quem deseja realizar objetivos em horizontes mais longos.
Vale saber que os ganhos com as ações podem ocorrer de diferentes formas — como diante da valorização dos ativos. Se a venda dos papéis ocorrer por um preço médio maior que a cotação de compra, o investidor terá lucro.
Outra possibilidade é o recebimento de proventos. Esses benefícios são oferecidos aos investidores e podem ser pagos na forma de dividendos, juros sobre capital próprio, entre outros.
FIIs
O longo prazo também tende a mitigar os riscos dos fundos de investimento imobiliário (FIIs). Essa modalidade financeira tem o objetivo de investir no setor de imóveis. Dessa forma, o gestor pode montar a carteira do fundo com imóveis físicos, títulos lastreados no segmento imobiliário ou cotas de outros FIIs.
Conforme a lei, os FIIs devem distribuir, pelo menos, 95% dos seus rendimentos a cada 6 meses na forma de dividendos. Por isso, eles também podem ser úteis para quem visa montar uma carteira com foco no recebimento de renda passiva.
Como fazer uma Previdência Privada?
Após decidir que investir em Previdência Privada pode ser adequado para você, é necessário conhecer os principais passos que envolvem esse investimento. A seguir, você descobrirá as principais dicas e como colocá-las em prática!
Entenda seu perfil de investidor
O perfil de investidor é uma classificação que aponta o nível de tolerância ao risco de quem pretende investir. Aqui, existem três classificações: conservador, moderado ou arrojado. Quem é conservador tem menor tolerância à perda, priorizando a segurança na hora de alocar os recursos.
Por sua vez, o investidor moderado tem uma tolerância maior ao risco. Isso permite investir em opções mais arriscadas para potencializar ganhos, especialmente a longo prazo. Já o arrojado tem o maior nível de tolerância ao risco e busca mais rentabilidade de carteira.
Como os fundos de Previdência Privada podem investir em ativos de diferentes tipos, saber qual é o seu perfil permite identificar quais devem ser as características do investimento.
Conheça os objetivos do investimento
Com base nas informações anteriores, você descobriu que a Previdência Privada atende a objetivos além da aposentadoria. Dessa forma, ela pode ser aproveitada por quem deseja ter independência financeira, amparar a família em momentos específicos ou cuidar do futuro dos filhos.
Por conta do funcionamento do investimento, das taxas e das regras de tributação, o resgate em curtos períodos não é indicado. Logo, é preciso ter a certeza de que seus objetivos estão alinhados com o prazo desse tipo de investimento.
Avalie as informações e condições do investimento
Antes de fazer sua Previdência Privada, é fundamental entender quais são as condições que ela apresenta. O processo começa com a identificação da estratégia, o que aponta o risco e o alinhamento com o seu perfil de investidor.
Também é interessante saber qual é a média de desempenho histórico do fundo. Embora não seja garantia de ganhos futuros, ela permitirá avaliar os resultados em diferentes cenários.
Por fim, é importante conhecer condições específicas, como o tipo de benefício a ser recebido, as taxas envolvidas, as condições de resgate e outros aspectos. Dedique atenção especial para compreender todos os detalhes do investimento, pois isso ajuda a evitar problemas futuros.
Faça uma simulação completa
Além da decisão de investir em Previdência Privada, é preciso considerar as diferentes condições, como tipo de plano e tributação. Essas características trazem impactos para os resultados, então vale a pena fazer uma simulação completa.
Com ela, você pode comparar as diferentes tabelas de tributação disponíveis e as mudanças entre PGBL e VGBL. Também é válido simular variados aportes, períodos de alocação, tipos de resgate e benefícios.
Com os resultados completos, você poderá analisar o que é mais adequado para a sua realidade e para o seu futuro. Essa também é uma forma de conhecer os impactos de taxas e impostos, o que favorece o planejamento financeiro.
Escolha a instituição financeira
Sabendo quais são as características básicas adequadas a você, é hora de buscar a melhor Previdência Privada. Para isso, escolha uma instituição financeira estável e de qualidade e, de preferência, com condições atrativas.
Além disso, não deixe de analisar a estratégia de investimento e o potencial de retorno. Aqui, na Genial Investimentos, você encontra o plano de Previdência adequado às suas necessidades, em uma estrutura robusta e de fácil acesso.
Você também conta com taxa de carregamento zero, o que favorece os seus aportes. Feita a escolha, é preciso ter uma conta na instituição financeira, selecionar o plano e começar a fazer os aportes.
Para complementar, tenha cuidado com o planejamento financeiro para favorecer a etapa de acumulação. Com um nível maior de disciplina e economia, é possível compor o patrimônio com mais rapidez para atingir as metas desejadas.
Como você viu, a Previdência Privada pode oferecer a oportunidade de complementar ou até substituir a aposentadoria pública. Por ser de longo prazo, ela também ajuda no alcance de outros objetivos. Desse modo, o plano deve ser selecionado conforme as suas características.
Quer começar a investir em Previdência Privada e em outras oportunidades? Abra sua conta e venha ser Genial!