Ao investir em ativos no mercado financeiro, é essencial fazer avaliações específicas, de acordo com a alternativa escolhida. Por meio delas, você se torna capaz de tomar decisões mais adequadas e embasadas para a sua carteira de investimentos.
Nesse contexto, uma das análises mais importantes a serem feitas — em especial, ao investir em renda fixa — é a do rating de crédito — você já ouviu falar nele? O dado é relevante por impactar a percepção de risco de um investimento.
Para saber mais sobre o rating de crédito e compreender por que avaliá-lo, prossiga com a leitura e entenda os principais pontos a respeito dele. Vamos lá?
O que é e como funciona o rating de crédito?
O rating de crédito é uma forma de classificação do nível de risco de inadimplência de uma empresa. Ou seja, ele está relacionado à capacidade de uma companhia em honrar seus compromissos financeiros.
Para tanto, as empresas recebem notas de agências de rating que, normalmente, são representadas pelas letras A, B, C e D. A primeira indica um risco de crédito mais baixo, a segunda indica um estágio intermediário e as seguintes apontam uma chance de inadimplência mais elevada.
Ainda, vale mencionar que existem diferentes tipos de rating de crédito — por nota e por grau. Eles também podem ser aplicados a bancos, fundos, produtos financeiros e até países.
Confira, com mais detalhes, cada ponto mencionado, e entenda o funcionamento do rating de crédito!
Principais agências de rating
Em primeiro lugar, é importante saber quais são as principais agências de rating — também conhecidas como agências de classificação de risco. Afinal, são elas que atribuem as notas às companhias. As três principais são Fitch Ratings, a Moody’s e a Standard & Poor’s.
Essas agências possuem sedes em Nova York, nos Estados Unidos, mas foram fundadas em anos diferentes. A Fitch Ratings foi criada em 1913 e a Moody’s, em 1900. Por sua vez, a Standard & Poor’s é a mais antiga de todas — estabelecida em 1860.
As agências possuem metodologias diferentes para classificar o rating de crédito de empresas. Inclusive, a maneira como as notas são dadas não é igual — como você verá adiante.
Tipos de rating de crédito
Uma vez que você conhece as principais agências, vale a pena entender com mais profundidade os tipos de rating de crédito no mercado. Confira os principais!
Rating por nota
Nesse tipo de rating de crédito, as empresas recebem uma nota específica que varia de A a D — sendo o mais popular no mercado. Na prática, a classificação por nota ajuda a entender a relação risco e retorno de companhias e seus títulos disponíveis no mercado financeiro.
Se uma empresa emite uma aplicação e ela está classificada como AAA, indica que o investimento é seguro. Porém, nesse cenário, o título em questão tende a oferecer uma rentabilidade menor, afinal, o seu risco é mais baixo.
Por outro lado, uma aplicação cuja companhia emissora é classificada como B ou B1 costuma ter retorno maior devido ao grau de risco mais elevado, entendeu?
Na Fitch Ratings, por exemplo, a melhor nota é a AAA, que significa mais alta qualidade, seguida por AA (qualidade muito alta) e A (qualidade alta). Na sequência, a classificação funciona assim:
- BBB: boa qualidade;
- BB: especulativo;
- B: altamente especulativo;
- CCC: risco substancial;
- CC: risco muito alto;
- C: risco excepcionalmente alto.
Já na Moody’s, a classificação se dá da seguinte forma: Aaa (mais alta qualidade), Aa1, Aa2 e Aa3 (qualidade muito alta) e A1, A2 e A3 (qualidade alta). Em seguida, assim como na Fitch Ratings, há mais notas, como:
- Baa1, Baa2 e Baa3: boa qualidade;
- Ba1 e Ba2: especulativo;
- B1, B2 e B3: altamente especulativo;
- Caa1, Caa2 e Caa3: risco substancial;
- Ca: risco muito alto;
- C: risco excepcionalmente alto.
Por fim, na Standard & Poor’s, a classificação é quase a mesma da Fitch Ratings. A diferença é que, após a nota C (risco excepcionalmente alto), eles também utilizam a letra D, que corresponde a inadimplente.
Rating por grau
Nesse tipo de classificação, a agência de crédito estabelece uma linha de corte, dividindo os títulos entre especulativos ou de investimento. Os primeiros são aqueles que têm maior risco de inadimplência — tendendo a uma maior rentabilidade. Já o grau de investimento traz as melhores notas de rating, podendo oferecer remuneração menor.
Fatores para calcular o risco de crédito
Agora que você já sabe quais são as principais agências de rating e os seus tipos, é válido conhecer os fatores que essas instituições costumam utilizar para calcular o risco de crédito de uma empresa. No rating por nota, um dos principais é a situação financeira da organização.
Para tanto, as agências avaliam questões, como:
- lucratividade;
- endividamento;
- alavancagem;
- fluxo de caixa;
- liquidez;
- solidez do balanço patrimonial.
Além disso, elas analisam a qualidade da gestão e da governança para verificar sua capacidade de gerenciar riscos e implementar ações e estratégias. Ainda, as agências de rating podem avaliar aspectos como as perspectivas econômicas e setoriais da companhia e a posição no mercado.
Por fim, o histórico de crédito da organização e o contexto do país em que a companhia está inserida são considerados. Assim, por meio de fatores quantitativos e qualitativos, elas conseguem fazer cálculos para chegar a uma nota específica para cada organização.
Mas vale ressaltar que o rating de crédito não é estático, ok? Com o passar do tempo, a nota de uma empresa pode melhorar ou piorar, conforme seu desempenho, suas projeções e as condições de mercado. Portanto, é útil acompanhar o dado com certa regularidade.
Afinal, por que é importante avaliar o rating de crédito ao investir?
Você aprendeu o conceito de rating de crédito e o seu funcionamento, mas por que é relevante considerá-lo na hora de investir? Entenda os principais motivos, a seguir!
Contribui com suas decisões de investimento
O rating de crédito ajuda nas decisões de investimento — em especial, para selecionar alternativas que condizem com o seu perfil. Desse modo, pela avaliação prévia da classificação de um emissor, você pode evitar riscos desnecessários — apesar de ela não garantir a segurança da aplicação.
Ao investir em um CDB (certificado de depósito bancário) ou uma LCI (letra de crédito imobiliário), por exemplo, é possível verificar, antes de fazer o aporte, qual é a nota do emissor. Se ela for AAA ou AA, você já sabe que o risco de inadimplência é baixo.
Logo, ao buscar aplicações mais seguras para o seu portfólio, o foco deve ser investimentos com notas de rating mais elevadas. No entanto, ao fazer isso, é importante ter em mente o retorno que eles podem oferecer — como você sabe, a tendência é que ele seja mais baixo.
Sobre esse ponto, vale ressaltar que você não precisa investir apenas em títulos AAA ou AA. Caso o objetivo seja obter rentabilidades mais elevadas, será necessário assumir um pouco mais de risco se expondo a empresas com rating B ou mesmo C.
Ademais, o rating de crédito é apenas um dos pontos relevantes para considerar ao avaliar um investimento. Não deixe de levar em conta também a liquidez, o prazo e os seus objetivos, combinado?
Ajuda a avaliar o risco e o retorno de investimentos
Também é preciso verificar o rating de crédito antes de investir porque, assim, você pode avaliar melhor a relação risco e retorno de um investimento. Será que ela está de fato interessante?
Veja um exemplo: suponha que você esteja navegando na plataforma da sua corretora de valores e encontre dois CDBs prefixados. O primeiro tem nota A e está pagando 10% ao ano. Já o segundo, cujo rating é CCC, oferece uma rentabilidade de 11% a.a.
A diferença de 1 ponto percentual vale o risco? Nessa situação, se você escolhesse o CDB classificado como CCC, estaria se expondo a um risco mais elevado. Então é preciso analisar se a remuneração ofertada é proporcional ao nível menor de segurança oferecido pelo investimento, certo?
Portanto, procure avaliar bem a relação de risco e retorno e faça comparações entre alternativas. Dessa forma, você poderá analisar se determinada aplicação compensa e faz sentido para suas necessidades.
Onde encontrar o rating de crédito de uma empresa emissora?
Até aqui, você conferiu os principais pontos sobre o rating de crédito, incluindo a importância de avaliá-lo antes de investir. Mas onde encontrar essa informação? Existem duas principais formas de obter a informação.
A primeira delas é por meio da própria corretora de valores. Geralmente, ao selecionar um título para comprar, a plataforma apresenta diversas características do investimento — e, entre os dados disponíveis, costuma aparecer o rating de crédito da empresa emissora.
Porém, se você não encontrar a informação na descrição da aplicação, a segunda maneira de achá-la é por meio dos sites das agências de rating: Fitch Ratings, Moody’s ou S&P Standard & Poor’s.
Entendeu o que é rating de crédito e por que você deve avaliar a informação antes de investir em um título? Então não deixe de utilizar esse conhecimento para tomar decisões no mercado financeiro de forma mais embasada e estratégica.
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