Conhecer indicadores de preços e indexadores utilizados nos investimentos é fundamental para entender as movimentações da economia. Você já ouviu falar do IGPM ou do IPCA, por exemplo? Eles são índices centrais para o nosso país e seus cidadãos.

Ambos acompanham a variação de preços de bens e serviços disponíveis para os consumidores brasileiros, medindo a inflação. Contudo, eles possuem pesos, composições e critérios diferentes, o que traz distinção em seus valores.

Quer aprender mais sobre o IGPM e o IPCA? Então continue a leitura deste post para conhecer esses índices de preços!

O que é o IGPM?

Como você viu, o IGPM é um índice de preços da economia brasileira. A sigla significa Índice Geral de Preços e ele é utilizado para medir a inflação em nosso país. Esse índice foi criado em 1989, como uma das modalidades dos Índices Gerais de Preços (IGPs).

A instituição responsável pelo seu cálculo e divulgação é a Fundação Getúlio Vargas (FGV), bastante reconhecida no mercado. A partícula M na sigla diz respeito ao período de coleta de dados, sendo que há outras variações, como o IGP-10 e o IGP-DI.

O objetivo do IGPM é demonstrar qual foi a movimentação de preços de bens e serviços no período de sua avaliação. Dessa maneira, ele surgiu como uma forma de utilizar o IGP no mercado financeiro e em outras situações.

Como o IGPM é calculado?

Os índices de preços de bens e serviços costumam montar uma cesta de produtos e contratos, por meio de uma pesquisa em território nacional. Assim, periodicamente é possível verificar a variação de preços dessa cesta, chegando a um resultado.

No caso do IGPM, o seu cálculo é baseado em preços da indústria, construção civil, agronegócio, varejo e atacado. Por isso, ele é considerado um índice amplo, determinando uma oscilação de preços de diversos produtos e serviços.

A abrangência geográfica do IGPM se dá nas seguintes cidades:

  • Belo Horizonte (MG);
  • Brasília (DF);
  • Porto Alegre (RS);
  • Recife (PE);
  • Rio de Janeiro (RJ);
  • São Paulo (SP);
  • Salvador (BA).

Ademais, também há uma abrangência setorial. Confira quais setores estão incluídos no IGPM:

  • alimentação;
  • habitação;
  • vestuário;
  • saúde e cuidados pessoais;
  • educação;
  • leitura e recreação;
  • transportes;
  • despesas diversas;
  • comunicação;
  • materiais e equipamentos;
  • serviços e mão-de-obra.

Como você viu, o IGPM tem um período de coleta próprio. Ele ocorre do dia 21 do mês anterior até o dia 20 do mês de referência do índice. Desse modo, há outras periodicidades relacionadas ao IGP.

Para realizar o cálculo, o IGPM utiliza uma ponderação baseada em três outros indicadores, também calculados pela FGV. Veja só quais são eles:

  • Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M): compõe 60% do IGPM;
  • Índice de Preços do Consumidor (IPC-M): compõe 30% do IGPM;
  • Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M): compõe 10% do IGPM.

Logo, para entender o cálculo do IGPM, você deve conhecer todos esses índices. Vamos lá:

IPA-M

O índice IPA foi criado em 1947 pela FGV. Ele era chamado de Índice de Preços do Atacado. Contudo, desde 2010 sua denominação passou a ser Índice de Preços ao Produtor Amplo. O IPA já foi utilizado oficialmente em 1964 como o índice de referência das Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN).

O seu objetivo é demonstrar a variação de preços de produtos industriais e agropecuários apenas nas transações interempresariais. Dessa forma, ele coleta dados das comercializações antes de chegar ao consumidor final.

A abrangência geográfica do IPA é nacional. Portanto, todas as regiões e estados do Brasil estão abarcadas pela coleta de dados.

Para chegar ao seu resultado, a FGV realiza pesquisa de preços continuamente, com apurações a cada 10 dias. O período de coleta de dados ocorre do dia 21 do mês anterior até o dia 20 do mês de referência, trazendo um resultado mensal.

IPC-M

O IPC é o Índice de Preços ao Consumidor. Ele visa calcular a variação de preços de uma cesta de bens e serviços. Para isso, o indicador seleciona componentes de despesas habituais de famílias que ganham de 1 a 33 salários-mínimos nacionais.

Para chegar a essa relação de produtos e serviços, a FGV utiliza a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Então busca-se manter a atualização da cesta de bens a cada pesquisa.

A composição desses bens e serviços é bastante abrangente. Dessa maneira, utiliza-se uma amostra com oito grupos, 25 subgrupos, 85 itens e 338 subitens. Assim, ele serve como um índice de referência para avaliação do poder de compra do consumidor no seu período de pesquisa.

A abrangência geográfica e setorial do IPC é a mesma do IGPM, que você já conhece. Já o período de coleta é diário, então seus resultados podem ser atualizados todos os dias.

INCC

Por fim, como você viu, o IGPM também considera uma ponderação do INCC. Conforme o próprio nome informa, esse índice acompanha a evolução de preços de produtos e serviços relacionados à construção civil.

O INCC foi o primeiro indicador do país desenvolvido para acompanhar esse setor. Assim, ele avalia preços de materiais, serviços e mão de obra relacionados à construção civil, classificando os itens mais relevantes.

Na sua criação, o INCC tinha uma abrangência territorial bem limitada: ele media os preços relacionados à construção civil apenas na cidade do Rio de Janeiro. Mas, em 2022, ele já possuía a mesma abrangência do IGPM.

A periodicidade de atualização do INCC é mensal, no caso do INCC-M a pesquisa é realizada entre o dia 21 do mês anterior até o dia 20 do mês de referência. Desse modo, ele tem o mesmo período de coleta do IGPM.

Para que serve o IGPM?

Você já aprendeu o que é o IGPM e como ele é composto. Agora é hora de saber para que serve esse indicador e quais são suas principais utilizações. Sendo um índice de inflação, sua função central é medir a variação de preços.

Isso implica em acompanhar o poder de compra da população brasileira abarcada pela metodologia do IGPM. Quando o índice cresce, percebe-se uma perda de poder de compra dos consumidores brasileiros.

Afinal, o mesmo valor adquire menos bens e serviços que em um período passado. Mas vale saber que o IGPM não tem o mesmo reflexo para todas as pessoas. Como você viu, ele traz uma ponderação de diversos índices, com diferentes abrangências territoriais e setoriais.

Além de mostrar à população como os preços variam, o índice possibilita que outras informações sejam extraídas indiretamente. Isso porque o aumento de preços de bens e serviços é ocasionado por fatores relacionados ao consumo e à produção.

Quando o consumo está aquecido e a população consegue comprar mais, é comum que os preços subam por conta do aumento da demanda. Ou seja, se o IGPM está crescendo, isso pode demonstrar um mercado que está comprando mais.

Entretanto, uma diminuição na oferta de produtos e serviços também pode ocasionar esse movimento. A lógica acontece porque há menos produtos ou serviços à disposição da população, o que tende a aumentar o preço.

Por fim, vale saber que o IGPM é o índice utilizado para indexar a atualização monetária de diversos contratos. O mais comum é o aluguel. Nesse tipo de contratação, o Índice Geral de Preços tende a ser utilizado como reajuste anual.

Além dos aluguéis, o setor de energia tende a utilizar o IGPM como indexador de preços e taxas aos consumidores.

O que é o IPCA?

Após aprender o que é o IGPM, vale a pena entender o que é o IPCA. A sigla significa Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Como o IGPM, o IPCA é um índice de inflação, utilizado para demonstrar a variação de preços de produtos e serviços no território brasileiro.

Ele é produzido pelo Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor, conhecido como SNIPC. O órgão responsável por esse cálculo é o Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE).

O IPCA foi criado pelo IBGE em dezembro de 1979 e, desde então, tornou-se um índice muito importante na economia brasileira. Em novembro de 1985 o Decreto n.º 91.990 determinou que ele servisse como o indexador oficial da inflação no nosso país.

Dessa forma, o IPCA é um indexador que serve a toda economia. Logo, ele influencia o consumo no Brasil e decisões governamentais a respeito da inflação.

Como o IPCA é calculado?

Sabendo o que é o IPCA, você já pode aprender como ele é calculado. A metodologia desse índice é determinada pelo IBGE, que se baseia em pesquisas estatísticas e referências sobre consumo no Brasil atualizadas constantemente.

Confira a seguir as principais questões a respeito do cálculo do IPCA:

Metodologia

Para chegar ao valor do IPCA, o IBGE utiliza uma metodologia que se baseia nos seguintes temas:

  • montagem da estrutura de pesos;
  • definição das bases cadastrais de produtos e locais;
  • coleta de preços;
  • método de cálculo.

Portanto, como no IGPM, também há classificação em grupos, subgrupos, itens e subitens. São os subitens que determinam o valor de cada bem e serviço pesquisado pelo IBGE até chegar ao resultado do IPCA.

Para coletar o preço dessa cesta de itens, o IBGE criou cadastros de informantes e de produtos por meio da Pesquisa de Locais de Compra (PLC). Dessa maneira, o órgão tenta ser o mais fiel possível em relação aos produtos e serviços analisados para calcular o IPCA.

Itens da cesta

Considerando o que você viu até aqui, a cesta de produtos analisada pelo IPCA constitui uma parte importante de seu cálculo. Eles são separados em categorias, além de haver uma proporção de relevância na fórmula

Em setembro de 2022, por exemplo, a cesta de produtos e serviços tinha a seguinte proporção:

  • alimentação e bebidas: 21,85%;
  • habitação: 15,21%;
  • artigos de residência: 3,99%;
  • vestuário: 4,64%;
  • transportes: 20,78%;
  • saúde e cuidados pessoais: 12,79%;
  • despesas pessoais: 9,96%;
  • educação: 5,69%;
  • comunicação: 5,05%.

Confira como é composto cada item:

  • alimentação e bebida: itens de mercado e alimentação fora de casa;
  • habitação: aluguéis e impostos;
  • artigos de residência: móveis e eletrodomésticos;
  • vestuário: roupas, joias e tecidos;
  • transporte: combustível, passagens e reparos com automóvel;
  • saúde e cuidados pessoais: produtos farmacêuticos e serviços médicos;
  • despesas pessoais: serviços pessoais e itens recreativos;
  • educação: cursos e materiais escolares;
  • comunicação: planos de telefone e serviços de streaming.

Abrangência geográfica

Também é preciso considerar a abrangência geográfica da pesquisa de preços realizada pelo IBGE. Ele calcula a variação nos produtos e serviços das seguintes regiões metropolitanas:

  • Aracaju (SE);
  • Belém (PA);
  • Belo Horizonte (MG);
  • Brasília (DF);
  • Campo Grande (MS);
  • Curitiba (PR);
  • Fortaleza (CE);
  • Goiânia (GO);
  • Grande Vitória (ES);
  • Porto Alegre (RS);
  • Recife (PE);
  • Rio Branco (AC);
  • Rio de Janeiro (RJ);
  • Salvador (BA);
  • São Luís (MA);
  • São Paulo (SP).

Vale saber que há uma ponderação de relevância entre as cidades pesquisadas. Assim, as mais populosas — como São Paulo — possuem um peso maior no resultado do cálculo.

Considerando todos esses pontos, o IPCA consegue aplicar uma fórmula própria para calcular a movimentação de preços de bens e serviços de sua cesta. Desse modo, ele demonstra uma visão bastante abrangente sobre a inflação no país.

Para que serve o IPCA?

Conforme o IBGE, o objetivo do IPCA é medir a inflação de um conjunto de bens e serviços relacionados ao varejo. Como você viu, ele abarca o consumo de famílias cujo rendimento varia de 1 a 40 salários mínimos nacionais, de qualquer fonte de renda.

Essa faixa de renda foi escolhida para que 90% da população brasileira seja representada pelo IPCA. Isso acontece com base no SNIPC referente a famílias moradoras de áreas urbanas em nosso país.

Você também viu que a principal função do IPCA é ser o índice oficial de inflação em nosso país desde 1985. Dessa forma, quando você vê em um noticiário que a inflação subiu 1% no mês, por exemplo, ele se refere ao IPCA.

Logo, o Governo também adota medidas de controle de inflação e estímulo de consumo baseadas nesse indicador. O Banco Central (Bacen) toma decisões considerando o IPCA, principalmente ao alterar a taxa básica de juros da economia — a Selic.

A ideia dessa definição do Bacen é controlar a inflação. Quando a taxa de juros está mais alta, o crédito fica mais caro, diminuindo o consumo. Por outro lado, com taxas de juros baixas, a população consegue mais crédito e, consequentemente, gasta mais.

Portanto, o IPCA é utilizado como o índice que norteia as decisões do Banco Central, trazendo efeitos para a macroeconomia brasileira.

Afinal, qual a diferença entre o IGPM e IPCA?

Após conhecer o IGPM e o IPCA, você pode ficar com dúvidas sobre a diferença entre esses dois índices, não é mesmo? De semelhanças, ambos medem a inflação brasileira por meio de uma pesquisa de movimentação de preços da economia.

Já a primeira diferença é a metodologia de cálculo. Como você aprendeu, os dois indicadores possuem métricas e pesquisas diferentes. Então o resultado desses índices não costuma ser parecido em proporção. Por isso, é possível ver diferenças relevantes entre eles quando comparados.

Ainda sobre a pesquisa de preços, o IGPM tem um foco maior nos produtos de atacado e naqueles relacionados à produção. Já o IPCA foca no varejo para o consumidor final, o que traz uma diferença relevante de valores.

Isso não significa que um seja mais preciso que o outro: seus objetivos e metodologias são diferentes. Desse modo, os dois servem para medir a inflação conforme as metodologias aplicadas e os fatores que compõem o cálculo.

É por isso que o IGPM costuma ser utilizado para reajuste de aluguéis e contratos relacionados à construção civil. Afinal, ele traz preços dessas áreas e do mercado imobiliário, sendo mais adequado a esses setores.

Já o IPCA é o índice oficial de inflação no nosso país, já que ele demonstra a variação de preços no varejo, afetando mais o consumidor final. No entanto, o indicador não reflete a situação de consumo das famílias da mesma maneira, considerando a abrangência da faixa salarial.

Por fim, vale destacar outra diferença: o IPCA e o IGPM são de responsabilidade de entidades diferentes. Enquanto o IPCA é produzido pelo IBGE, o IGPM é calculado pela FGV.

Como o IGPM e o IPCA afetam seu bolso?

Nos tópicos anteriores, você aprendeu que o IGPM e o IPCA são índices que buscam medir a inflação de bens e serviços em nosso país. Você sabia que isso traz implicações diretas e indiretas para o seu bolso?

Primeiro porque a inflação é o aumento de preços em uma economia. Assim, quanto mais alta é a inflação, mais poder de compra seu dinheiro perde com o tempo. Consequentemente, ficar atento aos indicadores é essencial para um bom planejamento financeiro que visa proteger o patrimônio.

Ademais, o IPCA influencia a taxa básica de juros, como você já aprendeu. Ela é chamada de Selic Meta e quem a define é o Comitê de Políticas Monetárias (Copom) do Bacen em reuniões que ocorrem a cada 45 dias.

A Selic afeta toda a economia brasileira, ajudando a acelerar ou retrair o mercado. Isso porque os bancos e outras instituições financeiras se baseiam nessa taxa para calcular os juros das suas linhas de crédito.

Ademais, existem diversos investimentos atrelados à Selic. Logo, quando a taxa está alta, fica mais difícil tomar empréstimos ou realizar financiamentos, devido aos juros mais altos. Por outro lado, muitos investimentos rendem mais.

Outro fator que afeta seu bolso são os reajustes realizados com base em índices de inflação. Se você mora de aluguel, provavelmente o contrato será reajustado conforme o IGPM. Já o seu salário pode ter reajustes anuais e de acordo com o IPCA.

Como proteger seu dinheiro da inflação?

Como você percebeu, tanto o IGPM quanto o IPCA afetam o seu bolso. Quando eles sobem, em geral, isso significa que os itens ficarão mais caros no Brasil e seu dinheiro pode valer menos. Assim, a inflação, calculada pelo IPCA e pelo IGPM, corrói o seu poder de compra com o tempo.

Ou seja, R$ 100 fazem mais compras hoje do que poderão fazer daqui a um ano, por exemplo, considerando o aumento de preços. Ademais, investimentos também podem ter perdas em relação à inflação — o que coloca seu ganho de patrimônio em risco.

Dessa forma, saber como se proteger desse cenário é fundamental para que seu patrimônio não perca valor com o tempo. Isso pode ser feito por meio de bons investimentos. Eles são formas de utilizar o seu dinheiro para obter uma rentabilidade.

Confira a seguir as principais alternativas do mercado financeiro para se proteger da inflação:

Títulos atrelados ao IPCA

Como a inflação brasileira é medida pelo IPCA, faz sentido escolher investimentos atrelados a esse índice para se proteger do aumento de preços, não é mesmo? Os títulos atrelados ao IPCA são investimentos de renda fixa que utilizam esse índice como indexador da rentabilidade.

Portanto, os investidores contam com previsibilidade em relação à lógica de cálculo dos seus ganhos. Isso porque, de maneira geral, a renda fixa funciona como um empréstimo ao emissor do título.

Ao investir, você está emprestando dinheiro ao emissor, que deve devolver os valores somados à rentabilidade combinada previamente. Com isso, você sabe como funciona a taxa de rendimento do seu investimento.

Confira a seguir algumas alternativas ligadas ao IPCA:

Tesouro IPCA+

Os títulos do Tesouro Direto são as alternativas de renda fixa emitidas pelo Governo Federal. Então, ao realizar o aporte, você está emprestando dinheiro ao Governo.

Esses títulos são considerados os mais seguros do mercado financeiro brasileiro. Afinal, há garantia de pagamento do Tesouro Nacional, que só se tornará insolvente caso ocorra uma severa crise sistêmica.

Uma das alternativas desse programa é o Tesouro IPCA+. Ele é um título híbrido: sua rentabilidade segue as movimentações do IPCA somada a uma taxa prefixada, como IPCA + 5% ao ano. Com isso, você garante uma rentabilidade superior à inflação se levar a aplicação até o vencimento, protegendo o seu patrimônio.

No entanto, é preciso ficar atento ao imposto aplicado a essa alternativa. Os títulos do Tesouro Direto seguem a tabela regressiva da renda fixa. Dessa maneira, quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado, menor é a alíquota.

A tabela varia entre 22,5% para investimentos de até 180 dias a 15% para investimentos acima de 720 dias. Como essa dedução influencia no resultado do seu aporte, vale a pena calcular o custo antes do investimento.

CDBs híbridos

Os CDBs também são títulos de renda fixa bastante conhecidos. A sigla quer dizer certificado de depósitos bancários e eles são aplicações emitidas por instituições financeiras.

O funcionamento é parecido com os títulos públicos, sendo que a principal diferença é o emissor. Assim, cada instituição bancária determina as regras de seus CDBs, incluindo o prazo de vencimento, a rentabilidade e a carência.

É possível encontrar os CDBs híbridos no mercado: eles também seguem o IPCA somados a uma taxa prefixada. Ademais, existem alternativas que seguem o IGPM, embora não sejam tão comuns. Então, se você tem interesse em acompanhar esse indicador, é possível investir em um CDB.

Aqui, é fundamental se atentar à segurança do investimento. Apesar de o título privado não ser tão seguro quanto as aplicações do Tesouro Nacional, há uma cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

No entanto, há um limite para essa garantia. Ele é de R$ 250 mil por instituição emissora e CPF ou CNPJ do investidor. Desse modo, se você cogita investir valores superiores a essa quantia, deve fazer uma pesquisa de riscos do banco emissor.

LCI e LCA híbridas

Você também pode considerar o investimento em LCI ou LCA para se proteger dos efeitos da inflação. Elas são as letras de crédito imobiliário ou do agronegócio — outros títulos de renda fixa privada.

Da mesma maneira que os CDBs, as LCIs e LCAs são emitidas por instituições bancárias. Mas elas têm uma diferença importante. Os recursos captados com esses títulos devem ser utilizados pelo banco na área de agronegócio ou imobiliária.

Logo, o emissor não pode usar os recursos captados para outras atividades bancárias, como acontece no CDB. Essa destinação de recursos tem um reflexo relevante para os investidores.

Como o agronegócio e a área imobiliária são consideradas essenciais para o país, o mercado financeiro incentiva o investimento nesses títulos. Em decorrência disso, tanto as LCIs quanto as LCAs garantem isenção do Imposto de Renda para os investidores pessoas físicas.

Isso significa que, ao resgatar os valores, não haverá retenção na fonte conforme a tabela da renda fixa que você conheceu. Dessa forma, você pode encontrar LCIs e LCAs atreladas a índices de inflação. Isso traz segurança em relação à proteção contra os efeitos do avanço de preços, além de haver isenção de Imposto de Renda.

Para escolher entre os títulos de renda fixa, vale a pena considerar diversos fatores além da rentabilidade. Verifique o prazo de vencimento, o risco relacionado ao emissor, se há liquidez ou períodos de carência etc.

Renda variável

Se você tem mais apetite ao risco, buscando potencializar a expectativa de rentabilidade da sua carteira, pode considerar os investimentos em renda variável.

Diferentemente da renda fixa, nessa classe de investimentos não há previsibilidade em relação à rentabilidade. Portanto, não há uma taxa a ser seguida ou percentuais prefixados. Os ativos variam de preços conforme a oferta e demanda dos investidores.

Então há riscos de perdas financeiras — tendo em vista que os ativos podem se desvalorizar — além de maiores oscilações. Por isso, para investir na renda variável, é fundamental ter um perfil de investidor compatível com os riscos dessa classe.

Apesar dos riscos em geral superiores à renda fixa, na renda variável não há limitação de rentabilidade. Ou seja, os ativos podem se valorizar sem um limite, trazendo ganhos potenciais mais altos que na renda fixa.

Confira a seguir as principais alternativas para investir na renda fixa pensando na inflação:

Ações

As ações são ativos populares entre os investidores. Elas representam uma fração ideal do capital social de uma empresa listada na bolsa de valores, que no Brasil é a B3. Ou seja, quando você compra uma ação, se torna um pequeno sócio daquela empresa.

Dessa maneira, o investidor tem direito a receber uma parte dos lucros obtidos, procedimento chamado de distribuição de dividendos. Ademais, você estará exposto às oscilações de preço da ação. Assim, se a demanda aumentar ou a oferta cair, há chances de lucrar com a valorização do ativo.

É comum que as ações sejam utilizadas como um investimento de longo prazo. Com esse horizonte de tempo, fica mais fácil traçar expectativas de movimentações de cotação. Além disso, as oscilações de curto e médio prazo são diluídas, não afetando tanto o resultado do investimento.

Contudo, antes de investir em ações, vale a pena saber que elas não garantem a proteção contra a inflação. Como você viu, os preços variam livremente conforme a oferta e demanda do mercado. Então é possível ter ganhos acima ou abaixo da inflação, a depender das suas escolhas.

Mas as ações podem ser utilizadas como uma maneira de diversificar a carteira e potencializar a expectativa de rentabilidade. Afinal, se não há limitação de ganhos, as chances de obter rendimentos acima da perda do poder de compra podem ser maiores.

ETFs

ETFs são os exchange traded funds. Eles são fundos de investimento em que o objetivo é replicar um índice do mercado financeiro. Os fundos de investimento funcionam como veículos financeiros coletivos.

Neles, um gestor profissional monta uma carteira com títulos ou ativos, conforme a estratégia elaborada pelo fundo. Os recursos para essa carteira são provenientes da venda de cotas — que representam uma fração do patrimônio do fundo.

As cotas podem ser adquiridas pelos investidores durante a oferta pública inicial do ETF. Depois desse momento, o fundo se fecha para negociações por período indeterminado. Desse modo, as cotas passam a ser negociadas apenas entre investidores, por meio da bolsa de valores brasileira.

Como em outros fundos, os gestores dos ETFs ficam responsáveis por toda a alocação de ativos e negociações referentes à composição da carteira. Logo, os cotistas apenas participam dos resultados obtidos pelo gestor, sem opinar sobre o portfólio.

Existem ETFs que seguem índices de renda fixa, inclusive aqueles atrelados ao IPCA. Dessa forma, eles podem ser usados para se expor às variações desses índices e contar com uma carteira administrada por um gestor profissional.

Portanto, você pode considerar o investimento em ETFs para se proteger da inflação. No entanto, vale ter atenção: mesmo seguindo índices de renda fixa, eles continuam sendo investimentos da renda variável. Logo, há maiores riscos do que na renda fixa.

Entendeu como funcionam os indicadores IGPM ou IPCA e suas diferenças? Aqui você aprendeu que ambos interferem diretamente na economia brasileira e no seu bolso. Assim, vale a pena acompanhar suas variações e planejar seus investimentos considerando esses índices.

Ficou interessado em investir na renda fixa para proteger seu patrimônio da inflação? Então conheça as alternativas da Genial!

 

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