Carlos Alberto Veiga Sicupira — mais conhecido apenas como Beto Sicupira — é um dos homens mais ricos do Brasil. Ele está nessa seleta lista ao lado de nomes como Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Eduardo Saverin. 

Mas o que Beto Sicupira fez para chegar a esse posto? Como muitas pessoas que construíram fortunas ao longo da história, as suas conquistas estão relacionadas ao mundo empresarial — em especial, no setor de varejo. 

Quer saber mais sobre a trajetória e carreira de Beto Sicupira? Então continue acompanhando este conteúdo que nós, da Genial, preparamos! 

Quem é Beto Sicupira? 

Beto Sicupira é um empresário carioca, nascido em maio de 1948. Ele se formou em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e é conhecido pela parceria de sucesso com Jorge Paulo Lemann e Marcel Herrmann Telles

Os três comandaram o Banco Garantia, entre as décadas de 1970 e 1990 — que depois foi comprado pelo Banco Credit Suisse, por US$ 675 milhões, em 1998. Além disso, eles foram responsáveis pela criação do fundo 3G Capital, uma companhia brasileira-estadunidense de private equity.  

Ainda, o trio ajudou a transformar a Brahma em uma grande empresa, inclusive internacionalmente. Esses feitos colocaram os empresários na lista dos mais ricos do Brasil. Porém, antes de conhecer mais detalhes sobre essas realizações, existem mais alguns pontos que valem ser falados a respeito de Beto Sicupira. 

Somado à formação em Administração de Empresas pela UFRJ, Sicupira tem diploma pela Harvard Business School, nos Estados Unidos — uma das instituições mais prestigiadas do mundo. Com essa base, aliada à sua visão empreendedora, ele conseguiu uma carreira de sucesso nos negócios. 

Antes mesmo de obter conquistas acadêmicas e profissionais, é válido mencionar que Sicupira começou a trabalhar cedo. A sua primeira experiência foi em um negócio de carros usados, quando era adolescente. Na mesma época, ele também revendia calças jeans que comprava nos EUA. 

Foram essas vivências anteriores à sua maioridade que o ajudaram, na prática, a entender melhor sobre negócios, incluindo os desafios e as oportunidades presentes nesse universo. 

Aliás, o espírito empreendedor e a busca por boas oportunidades foram aspectos que marcaram grande parte da trajetória de Beto Sicupira. Graças a eles que o carioca formou parcerias bem-sucedidas e teve ascensão como um dos principais empresários do país. 

Qual a trajetória empresarial de Beto Sicupira? 

Agora que você já conhece melhor a origem de Beto Sicupira, é válido saber, com mais detalhes, sobre sua trajetória no mundo dos negócios. Afinal, foi ela que gerou uma fortuna de bilhões de dólares para o empresário carioca. 

A primeira empresa de destaque na carreira de Sicupira foi o Banco Garantia. Em 1973, Jorge Paulo Lemann, que foi quem o fundou, convidou o empresário para trabalhar como sócio na instituição ao lado dele e de Marcel Herrmann Telles. 

O trio obteve resultados significativos com o Banco Garantia. Isso aconteceu, principalmente, devido à sinergia que os empresários tinham, além da visão ousada e da abordagem inovadora voltada para negócios e investimentos. 

Por conta desse bom desempenho, Lemann, Sicupira e Telles passaram a buscar novas oportunidades visando expandir os negócios — e, claro, obter mais lucros. Foi assim que, em 1982, o Banco Garantia adquiriu as Lojas Americanas

Essa compra acabou sendo bastante lucrativa para os empresários no curto prazo. Na época, eles investiram US$ 24 milhões para ter 70% de participação na varejista. Apenas seis meses depois, investidores queriam pagar US$ 20 milhões para terem 20% de participação na companhia. 

Sete anos depois, em 1989, o trio de sócios comprou a Brahma — a maior fabricante de bebidas do Brasil naquela época. No mesmo setor, Lemann, Sicupira e Telles adquiriram a sua principal concorrente — a Antarctica, em 1999. 

Foi nesse ano que eles fizeram uma fusão entre a Brahma e a Antarctica, e criaram a Companhia de Bebidas das Américas — a Ambev. Ademais, em 2004, eles fundaram a 3G Capital, como mencionado. 

Saiba mais sobre a relevância dessa fusão na trajetória empresarial de Beto Sicupira! 

A importância da Ambev e da 3G Capital na trajetória de Beto Sicupira 

A Ambev é uma das maiores fabricantes de bebidas do mundo e foi criada em 1999 por Lemann, Sicupira e Telles, após fundirem a Brahma e a Antarctica. Alguns anos depois, em 2004, o trio instituiu a 3G Capital, uma companhia de private equity. 

O private equity, ou capital privado, refere-se a uma modalidade na qual são feitos aportes em empresas privadas, que não estão listadas na bolsa de valores. Assim, a 3G Capital é um fundo de investimento com participações em diversas grandes companhias. 

Com a 3G Capital, Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Herrmann Telles realizaram mais aquisições relevantes. Eles compraram, em 2004, a Interbrew, a maior empresa de bebidas da Bélgica na época, e fundiram a companhia com a Ambev, formando a InBev. 

Por meio dessas incorporações, os três empresários estavam caminhando em direção à construção de um verdadeiro império no setor de bebidas — o que aconteceu em 2008. Nesse ano, a InBev comprou a Anheuser-Busch, uma multinacional americana fabricante de cervejas, como a Budweiser.  

Com isso, a organização de Sicupira, Lemann e Telles se tornou a maior companhia de bebidas do mundo. Desse modo, a Anheuser-Busch InBev é uma multinacional, que emprega mais de 160 mil funcionários ao redor do mundo e que comercializa produtos em mais de 150 países.  

Nos anos seguintes, a 3G Capital continuou expandindo seu portfólio, principalmente no setor do varejo. Mais uma aquisição importante realizada pelo trio foi a da Restaurant Brands International — uma multinacional canadense, proprietária de redes como Burger King, Popeyes e Tim Hortons.  

A compra da Heinz pela 3G Capital e a parceria com Buffett 

Além da Restaurant Brands International, os empresários fizeram um negócio envolvendo a Heinz — marca bastante conhecida pelo ketchup e pela maionese. Em 2013, a 3G Capital fez uma sociedade com a Berkshire Hathaway, do mundialmente conhecido Warren Buffett, investidor e filantropo estadunidense. 

A parceria teve como intuito a fusão da Kraft Food e a Heinz, formando a Kraft Heinz, uma gigante do setor alimentício. Na época, a operação parecia um bom negócio — ainda mais por conta das conquistas obtidas pela 3G Capital, e por se juntarem a um grande nome do mercado.  

Porém, não foi o que ocorreu. Diferentemente das aquisições e fusões realizadas pela 3G Capital, a incorporação resultou em alguns problemas, como quedas nas vendas e nos lucros.  

Isso aconteceu devido a mudanças nos hábitos de consumo, pressão sobre as margens de lucro e à integração de culturas corporativas diferentes. Essas situações resultaram em dificuldades financeiras e em uma série de reestruturações e cortes dentro da empresa.  

Inclusive, acionistas moveram processos contra a companhia. Por conta de todas essas questões, a 3G Capital decidiu diminuir a sua participação no negócio para cerca de 10%. 

Já no início de 2024, a empresa de private equity anunciou que vendeu toda a sua participação na Kraft Heinz, encerrando a sua parceria com Warren Buffett

O escândalo das Lojas Americanas 

Pegando gancho com esse cenário, vale ressaltar que a trajetória empresarial de Beto Sicupira também envolveu algumas dificuldades e problemas. Os mais conhecidos foram relacionados às Lojas Americanas e à Light.  

Você viu que Beto Sicupira e seus dois sócios compraram as Lojas Americanas, em 1982. Na época, a empresa estava passando por um momento complicado, e os empresários enxergaram uma oportunidade no negócio. 

Nos primeiros anos à frente da companhia, o trio realizou diversas mudanças e implementou estratégias para reverter a situação, visando melhorar o cenário das Americanas. A estratégia funcionou — a empresa passou a operar de modo mais eficaz e competitivo no mercado. 

Foi nesse período, inclusive, que Sicupira disse uma frase que ficou marcada em sua trajetória: “custo é como unha, tem que cortar sempre”. 

Durante muitos anos, as Lojas Americanas foram um dos principais players em seu segmento, com diversas lojas físicas e um grande sucesso online. Contudo, em janeiro de 2023, foi descoberto um rombo estimado em R$ 20 bilhões na empresa que, depois, aumentou para R$ 43 bilhões. 

Como resultado, o CEO das Lojas Americanas na época, Sergio Rial, renunciou ao cargo, e as ações da companhia na bolsa de valores (código AMER3) despencaram. Elas caíram 90,57% em 2023, com o preço dos papéis custando menos de R$ 1,00 ao final do ano. 

Além disso, Miguel Gutierrez, CEO da empresa antes de Sergio Rial, declarou que os três sócios — Lemann, Telles e Sicupira — participavam ativamente na gestão financeira da companhia. Ele também disse que nenhuma decisão estratégica era tomada sem o trio — o que aumentou a crise. 

Diante desse contexto, para evitar a falência das Americanas, a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial. Ainda, seus sócios, Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Beto Sicupira, realizaram um aporte bilionário para salvar a empresa. 

Apesar dessas medidas, a Americanas se encontrava em uma situação delicada em maio de 2024, passando por investigações relacionadas a fraudes. 

A crise da Light 

Além das Lojas Americanas, outra empresa que gerou problemas para Beto Sicupira é a Light, que atua no setor elétrico. Isso porque o empresário tem uma grande parcela de suas ações, mas elas sofreram quedas significativas, resultando em prejuízos de quase R$ 500 milhões para o carioca. 

A Light, cujo código na bolsa é LIGT3, esteve com alto endividamento, fechou o ano de 2022 com um prejuízo de R$ 5,6 bilhões e pediu recuperação judicial em 2023. Ou seja, esse foi um ano bastante complicado para Beto Sicupira. 

Apesar desses problemas, não quer dizer que o bilionário corria o risco de perder grande parte do seu patrimônio. Afinal, o empresário tem diferentes empresas e investimentos — o que reforça a importância da diversificação

Apenas para você ter uma ideia do tamanho da fortuna de Beto Sicupira, o empresário possui um ACH160, um helicóptero de luxo, que custa cerca de US$ 20 milhões. 

Qual é a relação de Beto Sicupira com a filantropia? 

Como você viu, Beto Sicupira teve uma trajetória empresarial expressiva — embora também tenha enfrentado problemas e desafios. O que nem todos sabem sobre o empresário carioca é que, como muitas pessoas ricas, ele tem algumas iniciativas filantrópicas em sua trajetória. 

A primeira delas aconteceu no ano de 2000. Na época, Sicupira trouxe o Instituto Empreender Endeavor para o Brasil. Trata-se de entidade sem fins lucrativos, que ajuda a promover o empreendedorismo em diversos países. 

Além disso, o empresário foi responsável pela criação da Fundação Brava, que tem como objetivo melhorar a gestão pública. Para isso, ela promove mais eficiência, transparência, inclusão e desenvolvimento. 

Vale mencionar que Beto Sicupira ajudou a criar a Fundação Estudar, com Lemann e Telles. Como o nome sugere, ela é uma organização que oferece bolsas, mentorias e programas de estudos para jovens no Brasil. 

A missão da Fundação Estudar é contribuir para o desenvolvimento do país por meio da capacitação de jovens talentos brasileiros, com foco na educação e no empreendedorismo. Porém, apesar da grande carreira empresarial e de suas iniciativas filantrópicas, Beto Sicupira costuma levar uma vida discreta com sua família.  

Portanto, a privacidade é um aspecto importante para ele. Tanto é que, embora o empresário tenha nascido no Rio de Janeiro, ele passou a viver na Suíça com sua esposa, Cecília de Paula Machado, e suas três filhas. 

Qual a fortuna de Beto Sicupira? 

Até aqui, você conferiu os principais aspectos sobre a origem e a trajetória do empresário Beto Sicupira — mas, afinal, com tudo o que ele conquistou, qual é a sua fortuna? 

Segundo a revista Forbes, a fortuna de Beto Sicupira é de US$ 8,9 bilhões — o que chegava próximo a R$ 45 bilhões, seguindo o câmbio em maio de 2024. Já imaginou ter um patrimônio como esse? 

Então, o que achou da história e trajetória de Beto Sicupira? Você já conhecia o empresário? Como apresentado ao longo do conteúdo, ele obteve resultados financeiros significativos graças aos seus investimentos e negócios, principalmente no setor varejista. 

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