Os movimentos na taxa de juros podem afetar os resultados dos investimentos — especialmente, nas aplicações de renda fixa. Por isso, é importante entender o que acontece em um cenário de alta da Selic e quais oportunidades podem se beneficiar dessa elevação.

Assim, você poderá montar uma carteira de investimentos diversificada e que pode trazer resultados melhores. Para isso, é preciso conhecer as características das alternativas disponíveis no mercado financeiro, além de considerar as suas expectativas e necessidades individuais.

Neste artigo, você saberá mais sobre o cenário de juros em alta no Brasil e conhecerá 7 investimentos em renda fixa para aproveitar o momento.

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O que é e como funciona a taxa de juros?

Os juros são a remuneração devida em relações de crédito. Por esse motivo, o conceito é utilizado em diversos mercados e tem relação direta com a economia de um país. No Brasil, a taxa básica de juros é a Selic.

Essa taxa é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), um órgão do Banco Central (Bacen). Ela serve como base para as principais operações de crédito no país. Logo, dizer que os juros estão em alta significa que a taxa Selic está em um patamar mais elevado

Além disso, o Bacen usa a Selic como o principal instrumento de política monetária para controlar a inflação no país. Afinal, quando a taxa sobe, os juros cobrados em empréstimos, financiamentos e no cartão de crédito ficam mais altos, desencorajando o consumo. Esse processo estimula a queda da inflação.

Para definir o valor da Selic, o Copom avalia elementos como as condições inflacionárias, a atividade econômica e o cenário externo. Com o objetivo de manter a inflação dentro da meta, o Copom decide pela alta, manutenção ou queda dos juros.

Por que os juros estão em alta no Brasil?

Além de saber o que é e como funciona a taxa de juros no Brasil, é preciso entender o cenário da economia brasileira. Como referência, vale a pena utilizar o período de 2022, já que a Selic sofreu aumentos no primeiro semestre do ano.

De maneira geral, o mundo viveu um momento de alta da inflação — e no Brasil não foi diferente. Esse cenário reflete os desequilíbrios na cadeia produtiva e o aumento do consumo causado pela pandemia de covid-19.

A emergência de saúde fez com que as atividades fossem temporariamente suspensas. Logo, o fornecimento de matérias-primas e a produção industrial foram afetados. No início, os impactos foram menores, pois havia estoque nas fábricas e empresas.

Contudo, houve o rompimento das cadeias produtivas no pós-pandemia, afetando diversos setores da sociedade. Como consequência, houve um desabastecimento generalizado no mercado — enquanto acontecia um aumento na demanda.

Ainda, em fevereiro de 2022, o mundo presenciou a guerra entre Rússia e Ucrânia. O conflito afetou diretamente as commodities, elevando o preço das matérias-primas e ampliando a inflação mundial.

Nesse contexto, a economia brasileira passou a sentir os efeitos do aumento dos preços. Em 2021, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado no ano já tinha sido de 10,06%. Com isso, o número superou o teto da meta, definido pelo Bacen.

Outros fatores também geram um cenário de incerteza no Brasil, como as eleições presidenciais. Essa questão pode potencializar a inflação no ambiente interno, com uma projeção de 6,6% para o final de 2022.

Por esse motivo, os juros no Brasil ficaram mais elevados. Para controlar o cenário inflacionário, a perspectiva é que a taxa básica de juros encerrará 2022 a 13,75%. Já para 2023, a projeção é de 10,50%.

Quais são os efeitos dos juros em alta na renda fixa?

Após conhecer os motivos para a elevação nos juros, é importante saber que a Selic afeta os resultados dos investimentos em renda fixa. O principal motivo é o fato de ser um dos indicadores mais relevantes do mercado brasileiro.

Como a Selic determina a base de juros de toda a economia, ela estabelece um patamar a partir do qual diversas taxas são definidas. No contexto do mercado financeiro, a renda fixa é bastante afetada pelas variações da Selic, já que os rendimentos a acompanham, direta ou indiretamente.

Por isso, dependendo do movimento dessa taxa, o rendimento observado nos investimentos pode ser maior ou menor. Nos títulos pós-fixados, por exemplo, a rentabilidade acompanha o desempenho de um indicador de mercado.

Nesse sentido, a influência dos juros é direta. Afinal, esses títulos acompanham a própria Selic ou outro indicador, como o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que fica pouco abaixo dela.

A influência da taxa básica de juros também pode ser indireta. Isso ocorre nos títulos prefixados e híbridos. As aplicações prefixadas são aquelas que têm rentabilidade definida por uma taxa fixa, enquanto os títulos híbridos são compostos por uma taxa fixa mais a variação de um índice de referência.

Nesses casos, quando a taxa Selic está alta e há expectativas de crescimento do indicador, a tendência é que os emissores dos títulos ofereçam taxas prefixadas maiores para que as aplicações sejam atrativas aos investidores. 

Portanto, é comum que a rentabilidade de todos os títulos de renda fixa se torne mais elevada diante da alta da Selic.

Quais são os investimentos em renda fixa para aproveitar durante a alta dos juros?

Até aqui, você viu como a alta dos juros impacta os investimentos, certo? Agora, é hora de conhecer 7 alternativas que podem ajudá-lo a aproveitar esse cenário.

Confira as características de cada uma delas!

1. Tesouro Selic

Quando a ideia é aproveitar a taxa de juros em alta, o Tesouro Selic pode ser interessante. Ele é um título público negociado por meio da plataforma do Tesouro Direto, disponibilizada pelo Governo Federal para pessoas físicas.

Em relação à rentabilidade, o Tesouro Selic remunera o investidor em 100% da taxa Selic. Logo, quando os juros estão altos, o retorno tende a ser maior. Assim como acontece com os outros títulos públicos, o Tesouro Nacional garante a recompra da aplicação a qualquer momento.

Ademais, como o Tesouro Nacional é a entidade econômica mais relevante do país e garante o pagamento integral das aplicações, os títulos públicos são considerados os investimentos mais seguros do mercado. 

Por isso, esse título público pós-fixado pode ser adequado para alocar a sua reserva de emergência, por exemplo. Devido a essas características, o Tesouro Selic é visto como um substituto da poupança — mas que oferece um rendimento maior. 

Além disso, o título público rende todos os dias úteis, enquanto o rendimento da caderneta ocorre apenas no aniversário mensal do depósito. Contudo, os rendimentos obtidos com os títulos do Tesouro são tributados pelo Imposto de Renda (IR), conforme tabela regressiva.

2. Tesouro IPCA

Ainda na plataforma do Tesouro Direto, existem os títulos que acompanham as variações do IPCA — considerado o indicador oficial de inflação do Brasil. Esses investimentos têm rentabilidade híbrida. Ou seja, a remuneração combina uma taxa prefixada como uma pós-fixada.

Em períodos nos quais os juros e a inflação estão altos, o título tende a apresentar rendimentos maiores. Embora não seja possível saber precisamente quanto o dinheiro renderá no vencimento do título, existe a garantia que os ganhos ficarão acima da inflação se a aplicação for levada ao vencimento.

Isso evita que os seus recursos percam poder de compra com o tempo. Ademais, existem dois tipos de Tesouro IPCA disponíveis na plataforma do Tesouro Direto. A diferença entre eles está na maneira como o investidor receberá a rentabilidade obtida no período.

O Tesouro IPCA repassa os rendimentos para o investidor apenas no vencimento da aplicação. Já o Tesouro IPCA com juros semestrais repassa os ganhos a cada seis meses, o que pode ser útil para quem deseja ter uma fonte de renda passiva.

Assim como o Tesouro Selic, o Tesouro IPCA tem liquidez diária. Porém, ele está sujeito aos efeitos da marcação a mercado. Esse é um mecanismo que precifica diariamente os títulos, para indicar quanto eles valem caso os resgates sejam antecipados.

Como essa precificação depende das condições do mercado, pode acontecer de o título ter um preço menor do que na compra. Com isso, o resgate antecipado pode gerar perdas. Para garantir um retorno acima da inflação, portanto, é necessário levar o investimento até o vencimento.

Saiba Mais:

3. CDB

Já o certificado de depósito bancário (CDB) é um título de renda fixa privada emitido por instituições financeiras. As condições de prazo, liquidez e rentabilidade das aplicações variam conforme o emissor. Logo, é possível encontrar CDBs com remuneração prefixada, pós-fixada ou híbrida.

Em geral, os CDBs pós-fixados oferecem um retorno que segue uma porcentagem do CDI. Como você viu, esse indicador fica bem próximo da Selic e, quando ela está em alta, ele aumenta.

Ainda, os rendimentos obtidos com os CDBs são tributados pelo IR, segundo a tabela regressiva. Dessa forma, quanto mais tempo o dinheiro ficar investido, menor é a alíquota cobrada, até um limite de 15%.

Em relação à segurança, vale saber que esses títulos contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Essa entidade sem fins lucrativos protege o capital dos investidores até o limite estabelecido, o que ajuda a reduzir o risco de crédito.

A cobertura é de até R$ 250 mil por CPF e instituição, com limite global de R$ 1 milhão renovável a cada 4 anos. Dessa forma, você tem mais segurança ao saber que, caso o banco emissor do CDB quebre, é possível recuperar o dinheiro conforme as regras do FGC

4. LCI e LCA

As letras de crédito são títulos de renda fixa que servem para captar recursos para financiar setores específicos da economia. A emissão dessas aplicações é feita por instituições financeiras e, por isso, elas têm funcionamento semelhante ao CDB.

Contudo, as letras de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA) funcionam como instrumentos para as instituições emissoras obterem recursos para financiarem projetos dos respectivos segmentos. No caso do CDB, não há vinculação a determinadas áreas.

Outra diferença está relacionada ao fato de que LCIs e LCAs não têm cobrança de Imposto de Renda sobre os rendimentos para pessoas físicas. Esse incentivo fiscal é disponibilizado porque essas aplicações financiam setores importantes da economia brasileira.

Tanto a LCI quanto a LCA costumam ter um período de carência para resgates — geralmente, de 90 dias. A liquidez também costuma ser menor, sendo comum ter aplicações que permitem o resgate apenas no vencimento.

Mas, se você desejar, é possível recorrer ao mercado secundário para negociar os títulos antes do prazo — com exposição à marcação a mercado. Em relação à segurança, essas alternativas contam com a proteção do FGC.

Saiba Mais: O que é LCI e LCA? Títulos de Renda Fixa e isentos de IR!

5. CRI e CRA

Também é possível aproveitar a alta da Selic ao investir nos certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e do agronegócio (CRA). Eles são títulos de renda fixa que fazem parte do chamado crédito privado. Essa classificação apresenta maiores riscos, mas também pode aumentar o potencial de ganhos.

Os CRIs e CRAs são aplicações emitidas por empresas securitizadoras. Como o próprio nome sugere, o CRI tem lastro no setor imobiliário, enquanto o CRA está lastreado em operações do agronegócio.

Para disponibilizar os títulos no mercado, a securitizadora antecipa os valores a receber de empresas desses segmentos e transforma os direitos creditórios em investimento. Assim, os investidores interessados podem aplicar seu dinheiro para receber o capital que será pago futuramente.

Vale saber que CRI e CRA não têm cobertura do FGC. Portanto, para analisar a segurança do título antes de investir, é essencial conhecer a classificação de risco (rating) do emissor. Essas aplicações também têm menor liquidez, sendo comum que o resgate ocorra apenas no vencimento.

6. Debêntures

As debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas não-financeiras. Por meio delas, os negócios podem captar recursos a um custo menor que os juros incidentes em um empréstimo bancário tradicional, por exemplo.

Como não há cobertura do FGC, o investidor deve avaliar o risco de crédito para entender qual é a segurança de determinada debênture sobre o pagamento. No entanto, alguns títulos podem oferecer garantias ou preferência no recebimento dos valores, em caso de liquidação da empresa.

De modo geral, as debêntures possuem menor liquidez e vencimento no longo prazo. Também existem diferentes tipos de debêntures disponíveis no mercado. As conversíveis, por exemplo, permitem transformar o título em ações da empresa emissora, de acordo com as regras do mercado.

Saiba Mais: O que são as debêntures?

7. Fundos de renda fixa

Quem deseja aproveitar a alta da Selic com mais praticidade pode se interessar pelos fundos de investimento de renda fixa. Eles são administrados por gestores profissionais, que escolhem os títulos que farão parte do portfólio do fundo.

Esse veículo financeiro funciona de maneira coletiva. Portanto, para participar dos resultados do fundo de renda fixa, é necessário comprar cotas na plataforma da sua corretora. É importante ter atenção, pois esses fundos não têm cobertura do FGC.

Para tomar boas decisões, antes de investir, é preciso avaliar a estratégia do fundo de renda fixa de interesse e verificar se ele é adequado para as suas características.

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Como investir na renda fixa e aproveitar os juros em alta?

Agora que você sabe quais são 7 das alternativas de renda fixa para aproveitar a alta dos juros, vale a pena descobrir como escolher os investimentos nesse cenário. Acompanhe as dicas a seguir!

1. Tenha um planejamento financeiro

O primeiro passo para começar a investir em renda fixa e aproveitar o momento de alta da Selic é ter um bom planejamento financeiro. Por meio dele, você identificará o quanto entra e sai do seu orçamento e poderá identificar o montante que pode ser direcionado aos investimentos.

Sem esse controle, fica mais difícil investir de maneira constante e aproveitar as oportunidades do mercado financeiro. Afinal, uma carteira de investimentos pode consolidar um bom desempenho no longo prazo, quando os aportes são feitos de maneira regular e diversificada.

2. Conheça o seu perfil de investidor

Após controlar as suas finanças, é preciso definir o seu perfil de investidor. Isso ocorre porque essa classificação está relacionada à sua tolerância ao risco e ajuda a fazer escolhas mais alinhadas às suas expectativas.

O seu perfil pode ser conservador, moderado ou arrojado, em ordem crescente de tolerância aos riscos. Como a renda fixa oferece mais previsibilidade e menos riscos, todas as classificações podem se beneficiar da alta dos juros. Porém, a composição da carteira é diferente para cada investidor.

3. Defina seus objetivos financeiros

Outro ponto importante para investir em renda fixa e se beneficiar da alta dos juros é definir quais são os seus objetivos financeiros. Isso pode ajudá-lo a escolher investimentos mais adequados para os seus planos de curto, médio e longo prazo.

Desse modo, é possível optar por um título que tenha prazo de vencimento alinhado ao momento em que você pretende realizar seu objetivo. Quem investe com foco na aposentadoria, por exemplo, pode se beneficiar ao aplicar o dinheiro em alternativas de longo prazo.

4. Monte uma reserva de emergência

Independentemente se o período é de alta ou baixa nos juros, é essencial ter uma reserva de emergência. Essa quantia fica disponível para ocasiões inesperadas ou com grande impacto financeiro, como a perda do emprego, conserto do carro ou reformas na sua residência.

Quem não tem uma reserva de emergência montada precisará recorrer a empréstimos ou aos próprios investimentos para ter o dinheiro necessário para suprir suas necessidades. Isso pode levar ao endividamento ou impactar a rentabilidade do portfólio. 

Lembre-se de que um resgate antecipado pode fazer você perder dinheiro, mesmo diante da alta na taxa de juros. Com a reserva, é mais fácil proteger o orçamento e os investimentos dessas situações imprevistas.

Abra sua conta em uma corretora de valores

Por fim, você precisará abrir conta em uma instituição financeira para começar a investir. Ela ficará responsável por intermediar as negociações entre você e os emissores dos títulos. Por isso, é fundamental escolher uma corretora de valores de confiança, como a Genial.

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Após iniciar o processo de abertura de conta, você deve enviar a documentação necessária. Depois de concluir o procedimento, é preciso transferir recursos e analisar as alternativas de renda fixa disponíveis na plataforma para fazer as aplicações desejadas. 

Neste artigo, você entendeu por que os juros estão altos no Brasil em 2022 e conheceu 7 investimentos em renda fixa para investir. Dessa forma, é possível aproveitar melhor as oportunidades do mercado e montar uma carteira muito mais sólida.

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